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Machu Picchu: Patrimônio Mundial pode perder título de Maravilha do Mundo

Em meio a conflitos no território, Machu Picchu também tem seu título ameaçado

Machu Picchu: Patrimônio Mundial pode perder título de Maravilha do Mundo -  (crédito: Uai Turismo)
Machu Picchu: Patrimônio Mundial pode perder título de Maravilha do Mundo - (crédito: Uai Turismo)
Machu Picchu: Patrimônio Mundial pode perder título de Maravilha do Mundo (Entidade responsável pela lista das Novas Sete Maravilhas do Mundo Moderno envia alerta (Foto: LesslieK/Getty Images Pro))

Machu Picchu é um dos grandes símbolos do turismo do Peru, sendo considerado Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade pela UNESCO desde 1983 e tendo passado a ingressar a seleta lista das Novas Sete Maravilhas do Mundo Moderno em 7 julho de 2007. O sítio arqueológico é uma fonte viva da história Inca e atrai turistas do mundo inteiro pela sua cultura e paisagem única, mas receber os dignos reconhecimentos fizeram um grande efeito no avanço do turismo peruano. O destino chegou a ser eleito como a melhor atração turística do mundo pelo World Travel Awards em 2024, o “Oscar do Turismo”.

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Contudo, um dos seus títulos corre perigo. A organização responsável pela lista das Novas Sete Maravilhas do Mundo Moderno, New7Wonders, emitiu um comunicado apontando diversos fatores que estão comprometendo a “credibilidade do local como patrimônio de valor universal”. O alerta, lançado no dia 13 de setembro de 2025, detalha que a falta de gestão abrangente, sustentável e coordenada pode levar a perda da credibilidade de Machu Picchu.

Segundo a Infobae, o New7Wonders informa que fatores como a pressão turística sem o planejamento adequado, preços altos, denúncias de irregularidades na venda de ingressos, dificuldades de transporte terrestre para o local, conflitos sociais recorrentes e uma visível falta de coordenação entre as diversas instituições responsáveis pela sua promoção afetam diretamente imagem internacional do Santuário, pois atrapalham a experiência do visitante. Nos últimos anos, turistas tem relatado filas longas, superlotação e restrições de acessos a determinadas áreas.

A entidade cobra uma ação urgente do Estado Peruano, reforçando que o título precisa ser honrado por meio de medidas rigorosas de planejamento e gestão e a perda pode ser irreparável para a credibilidade do Peru, uma vez que o reconhecimento também implica em assumir “compromissos de conservação e conformidade com os padrões internacionais”.

O Ministério da Cultura do Peru minimizou o alerta, reconhecendo alguns dos problemas destacados, mas afirmando que Machu Picchu não se encontra em risco de perder o status, já que o sítio arqueológico não ingressa a Lista do Patrimônio Mundial em Perigo da UNESCO. Tendo ainda apontado que a organização é a única competente para promover a identificação, proteção e preservação do patrimônio cultural e natural.

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As autoridades afirmam estar implementando iniciativas para fortalecer o controle de visitantes, ações de monitoramento e investimentos em conservação, além de estarem promovendo um turismo sustentável.

Protestos em Machu Picchu

No entanto, não é o que vem sendo refletido. Desde o último final de semana, Machu Picchu tem atravessado momentos de extrema tensão. O serviço de tem que vai para o sítio arqueológico foi temporariamente suspenso devido a protestos sobre supostos interesses ocultos na gestão das rotas para o santuário. Cidades, associações de turismo e empresas privadas conflituam entre si, enquanto milhares de turistas são impactados com as consequências. Mais de 1400 já foram retirados da região, mas pelo menos 900 turistas ainda não foram liberados por razões de segurança.

Os protestos começaram após o fim do contrato da empresa de ônibus responsável por ligar a cidade de Aguas Calientes a Machu Picchu. Durante trinta anos, a Consettur foi a única empresa autorizada a transportar passageiros pelo percurso e, com o final do contrato, o Governo Regional de Cusco designou o serviço temporariamente a uma empresa local. A resistência dos motoristas locais impediu o início das operações, resultando na greve. Enquanto uns alegam que a substituição carece de infraestrutura adequada, grupos contrários denunciam um conluio para impedir a operação de novas empresas e solicitam a quebra do monopólio histórico do transporte.

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Não é a primeira vez que Machu Picchu sofre com greves que impactam turistas em grande escala. Em janeiro de 2024, a região passou por conflitos devido a concessão da venda de ingressos à uma empresa privada. Entretanto o Ministério da Cultura voltou atrás e chegou a criar uma plataforma digital para criar mais transparência para a venda de ingressos. No entanto, líderes empresariais e operadores turísticos pedem um sistema mais eficiente.

*Com informações de Infobae, El País, O Globo e Mercado&Eventos.

Uai Turismo
Iolanda Loiola - Uai Turismo
postado em 17/09/2025 15:14
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