
Vivendo e aprendendo! Realmente, para aprender coisas novas, “basta estar vivo” e disposto a se adaptar a tantos modismos, hábitos linguísticos e novas terminologias. Aliás, preciso confessar, que implico um pouco com isso, acho que as vezes, “inventam moda demais”, mas vamos nos adaptando!
Profissionalmente já milito nas áreas de planejamento e gestão de cultura e turismo, a um bom tempo, já se foram quase quatro décadas de dedicação a estes setores e não é que ainda me surpreendo com novas nomenclaturas e novas vertentes de estudos nestes segmentos?
Pois é, a pouco tempo, conversando em uma roda de amigos do meio turístico, conversa vai, conversa vem e me surpreendi com mais um termo! Desta vez soltaram um tal de “volunturismo consciente”! Confesso, fiquei bastante curioso para entender do que se trata, antes de implicar com o termo!
Segundo consta, volunturismo consciente é uma forma de turismo voluntário, que serve para unir o desejo de viajar com o compromisso ético de causar um impacto positivo real nas comunidades visitadas! Tudo bem, mas para mim, isso já vem com a gente, quando somos turistas, afinal, uma boa criação familiar e um bom berço, resolveria isso!
Mas já que criaram o termo, disseram também que a ideia, é que o viajante não apenas ajude as comunidades visitadas, mas o faça com respeito, responsabilidade e consciência dos contextos locais.
Enfim, fui atrás de conhecimento. Queria entender melhor pra que isso!
Entendo mais sobre o volunturismo consciente
Na internet, encontrei algumas falas sobre o que caracteriza o volunturismo consciente. Isso passa primeiro pela determinação do turista em se transformar em voluntário e assim, escolher projetos alinhados com suas habilidades e valores. Dizem que há também, uma preocupação com o bem-estar da comunidade, evitando práticas exploratórias e ainda bem, não é? Imaginem não fosse assim.
Outro ponto é que o viajante se informa sobre a cultura local e evita atitudes paternalistas. Isto, não entendi muito bem, mas antes isso! E por fim, o impacto é pensado a longo prazo, com foco em colaboração e aprendizado mútuo. Maravilha, o turista contribui e colhe novas experiências.
Há quem diga, que isso gera uma nova motivação para viajar! Será? Me disseram, que nos últimos anos, muitas pessoas têm procurado unir suas viagens a ações voluntárias, seja em projetos sociais, ambientais ou educacionais., assim meio que, como as atividades de campo das universidades que levam alunos à determinados territórios para exploração do local, para o melhor aprendizado.
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Segundo consta, é isso que estão chamando de “novo movimento” e a proposta ficou conhecida como “volunturismo”.
Pelos relatos, essa nova possibilidade de contribuição, ganhou força especialmente entre jovens e aposentados em busca de experiências significativas. E aí é que disseram, que para garantir que essa ajuda seja realmente benéfica e não apenas uma forma velada de turismo de impacto superficial, é que se pensou em batizar o movimento em volunturismo consciente!
Eu, continuo achando, que há controvérsias, mas muitos garantem que esta é uma abordagem ética, colaborativa e respeitosa, que coloca as necessidades da comunidade no centro da ação, e não os interesses do turista.
Que bom, mas fico me perguntando se já não era assim, que funcionava? E sempre vale a pena questionar. Foi aí que disseram, que existe também, o outro lado da moeda, ou o outro lado da suposta ajuda! Claro, toda novidade vem cercada de riscos e armadilhas, afinal, nem toda experiência voluntária é positiva.
A turma afirma, que há relatos de projetos que recebem voluntários sem preparo, contribuindo pouco ou até atrapalhando iniciativas locais. Em outros casos, comunidades são transformadas em “cenários exóticos” para estrangeiros ajudarem, “reproduzindo dinâmicas com traços coloniais, disfarçadas de solidariedade”.
Ai, ai! Eu escutei, mas preciso admitir, que achei isso muito esquisito. O bom, é quando o turista reconhece e escolhe atuar, com ou, em projetos transparentes, com envolvimento efetivo da comunidade, nos quais haja uma preparação inicial, que seja cultural, técnica e muitas vezes emocional, por parte do “volunturista”, que pretenda aplicá-lo.
O “voluntarismo” deve vir acompanhado de conhecimento
De 2020 para cá, tenho atuado muito em projetos socioambientais e a cada incursão nas comunidades, percebo que é importantíssimo, que tenhamos o foco, na escuta ativa e no aprendizado mútuo, isso contribui muito mais do que as tentativas de “ensinar”. E como já foi dito, é muito importante termos certeza dos eventuais impactos que vamos gerar com determinadas ações. Nem sempre comportamentos assistencialistas são os mais indicados.
Inquieto, fui buscar experiências que já acontecem e que tenham esse perfil metodológico e encontrei alguns, tais como o Projeto Bagagem Brasil, que trabalha com a motivação de conectar voluntários às comunidades ribeirinhas da Amazônia, focando a educação e trocas culturais, respeitando saberes locais. Encontrei também o “Tourism Cares”, uma ação americana, que promove o chamado turismo responsável, em áreas vulneráveis, promovendo a preservação ambiental e incitando o engajamento comunitário. No entanto, um dos mais interessantes, foi o “Eco Volunteer Africa”, no qual voluntários atuam em projetos de conservação da vida selvagem e biodiversidade, com capacitação prévia.
Aí sim, o passeio se torna interessante, rico e recheado de boas experiências com toda certeza. Mas, contudo, não dá pra se aventurar ao “volunturismo”, sem uma pesquisa aprofundada sobre como as coisas acontecem, quais os históricos já experimentados, os resultados e até depoimentos das comunidades visitadas.
Se você se anima a arriscar em uma empreitada turística dessas, é primordial que você se conheça bem, entenda quais são suas habilidades e como você poderá ser útil onde estiver.
Lembre-se sempre do respeito ao território que você visitará e esteja disponível para a realidade local. Nem sempre você encontrará o conforto de sua residência, mas é certo, que você aprenderá mais do que ensinará e é preciso estar aberto a isto.
E outra sugestão, se jogue nas experiências que te ofereçam as trocas culturais. Não vá disposto apenas a ensinar ou prestar serviços, afinal, você é o turista!
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Aí sim, você contribuirá com o desenvolvimento do turismo e fazendo dele, uma ferramenta real de transformação, independente da nomenclatura que utilizará para isso. Que seja o “volunturismo consciente”, mas seja um viajante dedicado e torne-se um agente de transformação, com humildade, escuta, disposição e responsabilidade.
Lembre-se que você viajará para divertir e deixe que essa diversão promova novos aprendizados e te instigue à colaboração. Assim, eu acredito, que o turismo não será apenas mais uma viagem, mas uma grande oportunidade para novos encontros e descobertas.
Você se dispõe a uma investida turística com estas características? Quem sabe não é! De repente, é uma boa oportunidade para você se encontrar com outros, com novas culturas e modos de vida, ou até consigo mesmo, vai saber!
Se gostou, pesquise aí sobre o tema e se jogue!
Até a próxima!
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