
“Era uma vez um planeta que gritava. Não gritava com palavras, mas com termômetros estourando, florestas em chamas e oceanos engolindo ilhas inteiras!” Vivemos em um planeta, cansado de avisar e que agora tem cobrado a conta! A grande questão é que esta cobrança não aceita mais parcelamento!
Volta e meia e em tempos de COP 30 no Brasil, nos deparamos com notícias, informações, afirmações polêmicas, com conceitos ambientais e sustentáveis sendo discutidos até em telenovelas e como geógrafo, analista ambiental e especialista em ESG, às vezes me assusto e confesso, fico muito apreensivo, refletindo sobre e me perguntando: “a quantas anda a adesão às práticas e conceitos ESG, no universo empresarial, público e corporativo, no Brasil e no mundo?”
Reflito, considerando a importância de uma mudança comportamental global contrapondo às mudanças climáticas e que nos tire principalmente, da “expectativa” de que tenhamos um futuro mais saudável, mas sensível e consciente sobre o compromisso de toda a população, trabalhando em prol de cada vez mais, termos um mundo, de fato sustentável, com o clima equilibrado, com equidade social e compreensão ampla, para a preservação ambiental, mas que isso ocorra de verdade. Simples assim!
ESG está sendo colocado em prática ou é só uma sigla da moda?
Não pretendo neste texto, ficar usando terminologias técnicas e americanizadas, pra convencer ninguém de que mudanças de comportamentos e mais atenção às mudanças climáticas podem gerar valor para empresas e no final das contas, para todo mundo!
A verdade é que enquanto isso, do outro lado da mesa, estão as empresas, governos e corporações, todas com relatórios robustos, cheios de gráficos verdes, metas líquidas e promessas que brilham mais que vaga-lume e o resto do mundo, por aqui, ouvindo e comentando do tal do “ESG” e a cada dia, entendendo, que é só uma sigla que virou moda, se resume em um selo, ou um mantra, e em alguns casos, apenas maquiagem, infelizmente.
Quando busquei uma especialização, aprendi, que o ESG, nasceu para ser bússola ética nos negócios e já durante o MBA, às vezes, vinha a sensação de que tudo isso virou marketing de responsabilidade terceirizada.
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Ainda que muitos avanços reais tenham ocorrido e não podemos ser levianos de não enxergar, que há empresas que reconfiguraram suas cadeias produtivas, governos que lançaram políticas públicas sustentáveis e investidores que colocaram o planeta no radar, mas diante das catástrofes diárias, a adesão ainda patina em muitas esferas e como não sou mais tão novinho, é isso que me aflige.
No Brasil, por exemplo, ainda temos um empresariado que em boa parte entende sustentabilidade como custo, e não como investimento estratégico.
No setor público, há boas iniciativas, mas a lentidão da máquina e a intermitência política freiam voos mais altos.
Já no mundo corporativo global, temos de um lado gigantes fazendo transição energética e de outro, megaempresas compensando carbono em projetos de papel.
Não pretendo ditar regras, sobre o que está certo, errado ou conveniente, mas, humildemente, constato é que, a conta não fecha!
Estamos falando de uma mudança de comportamento, e não apenas de planilhas bem formatadas e relatórios bem diagramados. Não imaginava, que o ESG veio, para ser só o que está no relatório anual.
ESG deve estar presente em cada decisão
Quando recebi meu certificado de especialista, entendia, que o ESG, deveria estar na decisão do dia a dia, aplicado no jeito de contratar, de descartar, de distribuir riqueza, porque sustentabilidade que não toca o social e não respeita o humano, não é sustentável, é só discurso.
Claro, tenho consciência do mundo e do tempo em que vivo, mas é que, por outro lado e em uma bolha de crédito na humanidade, há lampejos de esperança!
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), criados pela ONU e abraçados por muitas organizações mundo afora, trouxeram um norte real, onde todos são orientados e podem contribuir, nem precisa se responsabilizar pela solução definitiva, apenas, contribuir.
No Brasil, há ONGs, cooperativas, institutos e startups sociais transformando realidades com base em ESG genuíno, aquele que nasce da escuta ativa e do desejo de mudança.
A verdade é que nenhum planeta é ESG sozinho! O clima é sistêmico, a equidade é coletiva, e a responsabilidade, compartilhada.
Se um setor avança e o outro retrocede, ficamos no mesmo lugar e isso é aflitivo.
Urge um novo pacto de comportamento, que não seja só entre líderes e CEOs, mas entre nós, habitantes do planeta. ESG começa na escolha do fornecedor, passa pelo voto consciente e termina, ou começa de novo na pergunta mais importante de todas, “que mundo eu quero deixar?”
Se me conheço bem, vou pensar nisso o resto do dia e quiçá, me martirizar, se constatar, que também ando lento e desencorajado em minhas contribuições para um futuro mais sustentável.
Lógico, que entendo, que falar é fácil, mas agir não é tão simples assim! Contudo, enquanto isso, o planeta segue avisando. Ainda há tempo. Mas o tempo é curto!
Olha minha gente, ESG não pode ser só sigla, tem que ser sinal e a hora de mudar, já começou!
Se liga aí!
Até a próxima!
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