
Estamos no ano da COP 30 ou melhor, da 30ª edição da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Esse nome sugere uma grande complexidade para este evento, não é mesmo? E realmente, este evento será um momento especial para o Brasil.
A COP é um evento anual e nele, habitualmente nele, se reúnem representantes de países de todo o mundo para discussões e tomadas decisões sobre questões relacionadas às mudanças climáticas.
A COP30 acontecerá em Belém, no estado do Pará no mês de novembro, entre os dias 10 e 21 e será um importante momento para que as discussões entre os países participantes, avancem e pensem em ações de enfrentamento às mudanças do clima em nosso planeta.
Serão diversas atividades que discutirão a implementação do Acordo de Paris e a redução das emissões de gases de efeito estufa.
É isso mesmo, não são temáticas tão simples para se compreender, mas é primordial, que nós que estaremos fisicamente longe dos diversos encontros que acontecerão por lá, tenhamos noção da importância deste evento estar acontecendo no Brasil e principalmente do papel que todos nós, cidadãos brasileiros, poderemos desempenhar colaborando para os melhores resultados nos próximos anos.
COP 30 faz 2025 ser mais especial
Simbolicamente, o fato deste evento ser realizado na região amazônica, traz ainda mais relevância para as discussões visando o alcance de soluções para a crise climática global, que já nos atinge! Se pensarmos bem e olharmos com atenção ao nosso redor, perceberemos que por meio das iniciativas de transição energética por exemplo, já vivenciamos de perto pequenas ações se consolidando.
Imaginem 198 países, líderes mundiais, cientistas, ONGs e ativistas discutindo soluções para a crise climática no mundo! Só por isso, já podemos considerar, que 2025 é um ano especial para nosso país.
As edições da COP, abordam questões bastante técnicas. Eles pensam na redução das emissões de gases de efeito estufa, pensam em como vamos nos adaptar às mudanças climáticas propostas, quais são as principais fontes para o financiamento climático e discutem também, sobre o desenvolvimento sustentável doravante.
E este, talvez seja o principal portal, para nós, meros mortais, pensarmos em como poderemos contribuir com um futuro mais saudável e mais próspero para a humanidade. Vamos pensar um pouco!
Entendendo o que é sustentabilidade
Ouvimos muito falar em sustentabilidade, mas afinal, o que é isso? É só pesquisar um pouco, ler bastante e entendermos, que sustentabilidade, “é a capacidade de atender às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades.”
Viram, não é tão complicado assim! A questão é irmos além e por foco na compreensão de que esse conceito para sustentabilidade, está fundamentado em três pilares principais, que são “o ambiental, que busca preservar os recursos naturais, o social, que promove a equidade e o bem-estar das comunidades; e o econômico, que visa ao desenvolvimento responsável e eficiente”.
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Por isso é que digo, que todos nós podemos e devemos colaborar com este processo. Basta pensarmos sobre equilíbrio e responsabilidade no uso dos recursos, que certamente promoverão mais qualidade de vida no futuro.
E aí, cabe somente a nós, a decisão de adotarmos um comportamento mais sustentável em nosso quotidiano. Vale a pena experimentarmos um novo estilo de vida. Precisamos entrar na corrente de ações que visam minimizar os impactos negativos causados ao meio ambiente e por consequência, na sociedade.
Não tenha medo de dar valor à pequenas ações no seu dia, que farão uma grande diferença. Economize água, tente usar menos energia, pense em reciclar as coisas na sua casa, coisas assim, fáceis de adotarmos como rotina.
Não precisamos estar na COP 30, para entendermos que novos hábitos, podem gerar grandes mudanças ao nosso redor. Vamos acreditar, que cada ação, cada gesto no qual pensarmos de forma sustentável, nos levará em direção a um tempo de mais equilíbrio e com certeza, mais saudável.
Como vocês sabem, mundo afora, nascemos e vivemos cada qual em seu meio ambiente. É um misto de crenças, de hábitos de sabores, de saberes e de costumes. Levamos a nossa vida, acordando, praticando o que a cultura do nosso meio nos ensina, dormimos e acordamos novamente e assim, levamos o nosso ciclo de vida.
Mas, se quero ser um cidadão que pensa de maneira sustentável, preciso entender os conceitos daquilo que me cerca, me orienta e me faz cidadão. A cultura é um destes elementos.
Cultura e sustentabilidade, o que tem a ver?
Vamos pensar, se a cultura é o conjunto de valores, tradições, crenças, práticas e expressões que definem a identidade de um grupo ou sociedade e engloba desde manifestações artísticas, como música, dança e literatura, até hábitos cotidianos, como culinária, linguagem e formas de interação social, posso entender, que também posso pensar a influência da cultura no meu dia a dia, como uma forma de pensar em um comportamento sustentável.
É por meio do dinamismo da cultura, que as pessoas interpretam o mundo, compartilham experiências e criam conexões. As práticas culturais, são elementos fundamentais, para a construção de identidades e para a preservação do patrimônio coletivo, logo, podemos pensar em sustentabilidade cultural.
Mas afinal, o que é isso? Sem grandes aprofundamentos, a sustentabilidade cultural é um conceito que nos possibilita preservar e promover as expressões culturais, as tradições e identidades de comunidades onde estamos inseridos, garantindo que elas sejam transmitidas às futuras gerações de forma equilibrada e inclusiva. Lembram do conceito de sustentabilidade comentado acima, é a mesma coisa, só que com o elemento cultural agregado!
A sustentabilidade cultural envolve darmos mais valor à diversidade cultural, o respeito aos saberes e fazeres tradicionais e, claro, se optamos por este novo comportamento, devemos entender a cultura integrada, como um pilar essencial para o desenvolvimento sustentável.
Se nos dispomos a comportarmos assim, facilmente reconheceremos a importância de protegermos patrimônios materiais e imateriais, incentivarmos práticas que conciliem preservação ambiental, bem-estar social e inevitavelmente, contribuiremos com crescimento econômico do nosso meio.
Resumindo e pensando simples, é assumirmos, como cidadãos, um compromisso com a continuidade e mais, com o fortalecimento das riquezas culturais, permitindo que estas diversas práticas sejam perenes e relevantes afinal, vivemos em um mundo que está em constante transformação.
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Pronto, inserimos um novo conceito em nossa vida. A partir de agora, somos cidadãos, que damos à sustentabilidade cultural, uma relevância significativa para nosso entorno social, já que bastará ligarmos nosso radar sensorial, para percebermos que vivemos em meio a uma enorme diversidade cultural.
Sustentabilidade cultural pelo Brasil afora
No Brasil, temos uma incomensurável riqueza cultural, por isso, é fundamental promovermos práticas que preservem o meio ambiente e os costumes locais, seja onde for.
Mas como isso pode acontecer? Vamos recorrer à geografia, para tanto, é importante destacarmos as práticas culturais que valorizam a preservação do meio ambiente e do “modus vivendi”, nas diferentes regiões brasileiras.
No Norte do país, por exemplo, com a presença rica dos povos indígenas, temos o desenvolvimento de práticas culturais que promovem a preservação da floresta amazônica. Como sabem, frequento mensalmente o estado do Pará e por lá, é clara a utilização de materiais naturais na produção artesanal e na valorização da biodiversidade.
Fica fácil de percebermos como a cultura indígena contribui para a sustentabilidade ambiental.
Por outro lado, na Região Nordeste, as festas e tradições que celebram a cultura afro-brasileira e os festejos populares e intensos dos meses juninos com as festas de São João, são um belo exemplo de práticas, que promovem e sensibilizam as comunidades para a importância da conscientização sobre a preservação cultural dos saberes, dos ofícios e dos fazeres.
Descendo o mapa, na Região Sudeste, a preservação da história e dos bens arquitetônicos são, visivelmente, uma prioridade! A manutenção, a preservação e muitas vezes a restauração de prédios e bens imóveis históricos e a promoção de eventos culturais que celebram a diversidade da região, como o Festival do Pastel de Angu, o Festival do Ora-pro-nobis, o Festival de Quitandas, o Festival da jabuticaba, são apenas alguns exemplos de como a cultura local é valorizada.
As famosas tradições gaúchas, oriundas da Região Sul são essenciais para a sustentabilidade ambiental; isto se dá, com a valorização da natureza, com a manutenção dos legados culturais da colonização europeia, que valoriza e muito a vida no campo e que colabora com a promoção de práticas quotidianas e com o viés sustentável.
E se pensarmos na Região Centro Centro-Oeste, basta focarmos no Pantanal e em Bonito, para sabermos que a biodiversidade e as riquezas naturais da região, são celebradas em festas e eventos que valorizam a diversidade cultural. São festejos religiosos, festas populares como as cavalhadas, os festivais de danças como o Cururu e o Siriri, que com sua tipicidade afloram claramente a influência indígena e africana, como as congadas, que preservam a música, as danças e a fé daquele povo.
Resumindo, sustentabilidade cultural constitui uma temática, que carece uma abordagem integrada, levando em conta nossa distribuição geográfica e as diferentes práticas culturais do nosso país.
COP 30: um chamado à ação
Se preservarmos nossos saberes e práticas culturais, com sabedoria, de forma sustentável e que valorizem a biodiversidade e as riquezas naturais brasileiras, podemos tranquilamente afirmarmos que a cultura em nosso país, seguirá sendo esta inesgotável fonte de inspiração para as gerações futuras. Percebem, que não é tão difícil assim!
Aliás, em muitos casos, já temos estes hábitos, só precisamos mesmo é darmos mais valor, respeito e visibilidade ao nosso calendário cultural. Fica fácil entendermos que somos repletos de ofertas com artesanato sustentável, festas e celebrações, com músicas e danças sustentáveis e até uma oferta valiosa de cardápios, que valorizam os ingredientes locais, e nos ofertam uma gastronomia sustentável de dar inveja.
É isso, meus caros leitores. Começamos lembrando da COP 30 e nos lembramos como nosso país é ambiental e culturalmente rico, nos dando a chance de pensarmos de maneira sustentável.
A COP 30 não é apenas uma oportunidade para discutir o futuro do planeta, mas um chamado à ação. Mais do que um evento político, essa conferência é um marco para refletirmos sobre como nossos comportamentos, escolhas e práticas culturais podem contribuir para um mundo mais equilibrado e harmônico.
Até a próxima
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