
O tratamento convencional da enxaqueca tem dois alvos principais. O primeiro é o controle da crise de dor com medicações sintomáticas e o outro é o tratamento profilático com medicações que modularão os neurotransmissores para reduzir a frequência e intensidade das crises.
Uma boa parte das pessoas que sofre de enxaqueca dá preferência a tratamentos não farmacológicos, muitas vezes por serem mais congruentes com seus valores, crenças e orientações filosóficas. Além disso, podem representar uma ótima opção em situações específicas, como na gravidez ou em casos de intolerância, contraindicação ou ausência de resposta aos medicamentos habituais. Alguns estudos avaliaram a combinação da medicação profilática com intervenções não medicamentosas e o resultado foi melhor do que o tratamento apenas com a medicação. Entre os tratamentos ditos não convencionais, os que tiveram melhores resultados em pesquisas científicas foram alguns fitoterápicos, acupuntura, psicoterapia e as terapias “mente-corpo”, essas têm ioga, meditação e técnicas de relaxamento como exemplos.
Saiba Mais
O processo de provocar a manifestação do paciente quanto às suas expectativas no tratamento, crenças e preferências faz com que a relação médico-paciente tome um corpo mais forte. Muitas dessas terapias têm forte comprovação científica, como é o caso da acupuntura, no caso da enxaqueca, e o médico deve, sim, transmitir esses detalhes ao paciente. Medicina alternativa/complementar com evidências científicas pode andar de mãos dadas com a medicina convencional, e a essa abordagem mais plural foi dado o nome de Medicina Integrativa. Então essa é a medicina do futuro? Não. Essa é a melhor medicina de qualquer tempo: do passado, do presente e do futuro.
*Ricardo Afonso Teixeira é doutor em neurologia pela Unicamp e neurologista do Instituto do Cérebro de Brasília