Bichos

Coração e rins: dupla que merece atenção na saúde dos pets

Cuidar de um pet vai além de dar comida, água e levar para passear. Quem deseja esse amor incondicional precisa também ter atenção à saúde do bichinho

Doenças cardiovasculares e renais são muito frequentes em cães e gatos idosos -  (crédito: Reprodução/Freepik)
Doenças cardiovasculares e renais são muito frequentes em cães e gatos idosos - (crédito: Reprodução/Freepik)

A saúde de cães e gatos não é intrinsecamente frágil, mas requer atenção, pois os pets podem ser suscetíveis a diversas doenças e problemas, como infecções, parasitas, alergias e até mesmo doenças genéticas e comportamentais. Quando mais velhos, o bem-estar pode se tornar mais delicado, gerando problemas mais sérios, como é o caso da síndrome cardiorrenal. 

Doenças cardiovasculares e renais são muito frequentes em cães e gatos idosos. Esses sistemas estão intimamente envolvidos na regulação da pressão arterial e do equilíbrio hídrico, a ingestão e a perda de água no organismo. Tendo isso em mente, a síndrome cardiorrenal é uma condição em que problemas no coração afetam negativamente os rins. E vice-versa: alterações renais alteram o funcionamento cardíaco.

Isso acontece porque o coração e os rins são órgãos que "conversam" muito um com o outro. Se um deles começa a não funcionar direito, esse manda sinais para o outro, como um pedido de ajuda. Às vezes, porém, essas tentativas de compensação acabam prejudicando o outro órgão também. Quando há um problema cardíaco, os rins não recebem sangue e oxigênio da maneira adequada, devido à redução do volume sanguíneo bombeado pelo coração e, assim, passam a sofrer pela baixa entrega. Já se os rins estão doentes, ocorre uma retenção de volume, acúmulo e desequilíbrio de substâncias e eletrólitos, o que prejudica o funcionamento cardíaco.

Sinais de alerta

As médicas veterinárias Débora Tristão e Ana Paula Tristão são irmãs e sócias. Elas atestam que, no consultório que dividem, Pet Cardio Brasília, já atenderam a diversos casos de cães e gatos com síndrome cardiorrenal, a maioria idosos. Elas explicam que os primeiros sinais dessa síndrome podem variar de acordo com o problema inicial. "De maneira geral, incluem letargia, perda de apetite, aumento da sede e da micção, dificuldade respiratória, tosse, fraqueza e/ou intolerância ao exercício. É importante observar qualquer mudança no comportamento ou nas rotinas do animal, principalmente no caso dos felinos", reforma Débora. 

A veterinária também explica que o diagnóstico é realizado por meio da avaliação do histórico clínico do animal, junto ao que for encontrado em exames físicos e laboratoriais. Ela diz que o acompanhamento de um profissional veterinário durante a vida do pet é essencial, pois, por meio dele, é possível fazer diagnósticos precoces e, dessa forma, definir a melhor forma de tratamento.   

"No caso do diagnóstico de uma doença renal, podem ser feitas mudanças alimentares, acompanhamento de parâmetros laboratoriais e da pressão, o que vai retardar sua evolução e seu reflexo no coração", indica  Débora. "Quando falamos de uma doença cardíaca, podemos otimizar a função do coração, para que esse continue enviando o volume de sangue adequado para a circulação, mantendo o funcionamento adequado dos rins." 

O procedimento a ser seguido para o tratamento da síndrome é individualizado e dependerá da causa e da gravidade da síndrome cardiorrenal. Pode ser que seja necessária uma abordagem multidisciplinar, envolvendo veterinários cardiologista, nefrologista e clínico geral. O processo de cura demandará tempo, atenção e cuidado do tutor. O bichinho já fragilizado vai precisar, na maior parte das vezes, mudar sua rotina e dieta, e até precisar ingerir medicamentos, necessitando ainda mais do carinho do seu dono.

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte 

 


postado em 27/04/2025 00:00 / atualizado em 27/04/2025 00:00
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