
Aproximadamente 3,8 mil quilômetros separam Brasília, capital do Brasil, de Santiago, capital do Chile. De avião, apenas quatro horas e 20 minutos são suficientes para percorrer essa distância. O voo, que conta com o charme da travessia da Cordilheira dos Andes, é o primeiro passo de uma jornada inesquecível por um país com enorme capacidade turística. O Chile se mostra acolhedor a visitantes e oferece desde programações urbanas em Santiago, até tours gastronômicos e de vinhos pelo interior do país.
Ao olhar o território do Chile no mapa, pode-se imaginar que o "filete" de terra não tem muito a oferecer, mas isso é um tremendo engano. Apesar de ter uma largura pequena, de apenas 170km, o país é o mais extenso do mundo, com 4,2 mil quilômetros de comprimento. De norte a sul, o Chile é convidativo a todo tipo de turistas e reserva experiências extraordinárias aos visitantes.
A convite da companhia aérea Latam e da Federação de Empresas de Turismo do Chile (Fedetur), a reportagem da Revista do Correio visitou o país, em um roteiro de seis dias que passou por Santiago e explorou a região do Vale de Colchagua, famoso mundialmente pela produção de vinhos.
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País do vinho
Quem se interessa por vinhos e tem o costume de comprá-los provavelmente já se deparou com garrafas da região de Colchagua nas gôndolas do mercado. Isso porque o vale é responsável pela colheita de 60% das uvas carmenère do Chile, país que mais produz essa espécie no mundo. A uva carmenère, uma vez considerada extinta, encontrou no Vale de Colchagua um ambiente propício para se desenvolver. Com noites frias e dias quentes, o cenário da região é perfeito para o cultivo da fruta.
A região é o local ideal para quem quer conhecer o melhor do Chile e variar o roteiro, para além do tradicional. Um dos principais atrativos do turismo chileno é o vinho, e por isso, a região tem tudo para se tornar parada obrigatória de viajantes brasileiros ao país. Assim como em Viña del Mar e Valparaíso, antigas conhecidas dos brasileiros, o local tem paisagens paradisíacas e passeios que agradam desde os turistas mais românticos até aos que viajam em família ou com amigos, por exemplo.
Roteiro familiar
Santa Cruz é uma cidade no meio da região de Colchagua que abriga uma vinícola e um hotel de mesmo nome. Os hóspedes do Hotel Santa Cruz contam com a estrutura dos quartos, piscinas, sauna, salão de jogos e restaurantes, além de cinco museus e um cassino localizados em um grande terreno no centro da cidade. A vinícola fica a menos de uma hora da hospedagem e tem atrações para além do vinho. O vinhedo de Santa Cruz apresenta uma história, ao longo de etapas de observação de obras de arte e degustação de garrafas selecionadas, tudo isso com um cenário de tirar o fôlego.
A Vinícola Santa Cruz é uma boa opção para famílias, já que, além das degustações usuais, os visitantes podem acessar os museus do Automóvel e do Vinho, no terreno do vinhedo, com um passeio exclusivo de carruagem. Durante o tour, também, uma pequena viagem de teleférico garante fotos deslumbrantes das paisagens montanhosas chilenas.
Os vinhos da Santa Cruz prestam homenagem aos povos originários chilenos e trazem grande significado por trás de cada garrafa. Ao longo da excursão pela vinícola, são apresentadas comunidades ancestrais que contribuíram para que o país evoluísse e, consequentemente, o vinho também. O trabalho manual é muito valorizado nos vinhedos. "O que define a vinícola são os trabalhadores do campo. Para nós, isso é prioridade, porque sem uma boa matéria-prima, o vinho não seria tão bom. Existe a crença, no Chile e no mundo, que o conceito do vinho define seu valor, porém, eu acredito que o trabalho no vinhedo tem mais importância", explica Christian Cerda, guia da vinícola.
A garrafa como obra de arte
Vinho e arte caminham juntos, quando se trata da Vik Chile. A vinícola foi considerada a segunda melhor do mundo pela lista World's Best Vineyards (Melhores Vinhedos do Mundo) em 2024 e oferece uma experiência luxuosa pelo Vale de Millahue, em Colchagua, contando com um hotel e três restaurantes nos 4,3 mil hectares do vinhedo. Criada pelo casal norueguês Alex e Carrie Vik, o espaço explora a arte em todos os aspectos, inclusive na produção de vinhos, com atenção aos detalhes de cada processo.
Dos quartos de hotel aos rótulos das garrafas, obras artísticas ocupam um papel de grande importância para a vinícola. A decoração dos espaços é feita por pintores e escultores, e cada quarto do hotel tem um tema, com obras assinadas por diferentes artistas de todo o mundo. Segundo a chefe de comunicação da vinícola, Myriam Parra, a arte tem a função de aproximar o público de maneira personalizada. “A arte e a beleza são coisas subjetivas e, por isso, criam uma conexão única com cada um", explica.
Além da decoração, não é exagero afirmar que a Vik trata cada garrafa como uma obra de arte. O objetivo da vinícola é desenvolver o melhor vinho do mundo, e o responsável pela "criação artística” em forma de bebida é o premiado enólogo Cristián Vallejo. Ele define todos os detalhes, da colheita das uvas até a temperatura ideal de consumo do produto final. A vinificação por si só já é um processo complexo, e o trabalho de Cristián é conseguir tirar da uva o melhor vinho possível. "Na produção, cada detalhe importa. Para nós, o vinho é uma arte com dois autores, a natureza e o enólogo", diz o profissional.
A preocupação de Cristián não está restrita aos vinhos. Um dos maiores objetivos do enólogo da Vik é criar um vinho de altíssima qualidade, com máximo respeito à natureza e ao meio ambiente, dando muito valor àquilo que as terras chilenas são capazes de oferecer. “Seguimos a ideia da enologia circular, uma categoria da produção de vinhos que consiste em desenvolver a bebida com, desde e para a natureza. Criamos vinhos com aquilo que a terra nos oferece, priorizando o que é nativo do Chile", descreve.
Paixão pela vinicultura
A Montes Alpha é famosa mundialmente por desenvolver vinhos de alta qualidade, com muita tradição. Considerada uma das melhores vinícolas do planeta, oferece diversas opções de tour pelo vinhedo, localizado na região de O'Higgins, a 2 horas e 30 minutos de Santiago. O anjo, logo da marca, está presente ao redor de todo o terreno e aparece em todas as garrafas de vinho. O símbolo foi escolhido por Aurélio Montes, criador da vinícola, que quase morreu em um acidente e acredita ter sido salvo por um anjo da guarda.
O processo de vinificação utilizado pela Montes é chamado de gravitacional e consiste no despejo das uvas de alturas elevadas, para dentro dos toneis. A própria força da gravidade faz com que as frutas sejam maceradas, para extrair sabor e aroma com menor interferência humana. Além disso, vinhos selecionados da marca são armazenados em barricas de carvalho francês, onde ficam em contato com músicas de canto gregoriano. Apesar de não haver evidência científica que esse tipo de canção interfere no produto final, a Montes acredita que seguir a tradição faz a diferença no mundo dos vinhos.
O tour mostra como a vinícola fez com que um solo considerado pobre gerasse uvas perfeitas para o desenvolvimento de vinhos. Além das plantações ao longo das montanhas do Vale de Apalta, a Montes conta com o restaurante Fuegos de Apalta, com cardápio assinado pelo chef argentino Francis Mallmann. A tradição e a qualidade da Montes é evidenciada durante toda a excursão.
Para Leonardo La Pietra, guia da vinícola, o amor pela produção de vinhos e a coragem para apresentar novas ideias define o que é a Montes. "Para mim, a Montes tem tudo a ver com paixão, excelência e risco. A vinícola se arrisca a inovar e faz coisas que muitas vezes não fazem sentido para o mercado. Esse risco ajuda a vinícola a alcançar metas e criar projetos. Todos aqui são apaixonados pelo trabalho e pela produção de vinhos. O produto final é apenas um resultado disso."
Desafio de ser original
A vinícola Ventisquero tem como principal ideal desafiar aquilo que é considerado padrão na produção de vinhos, e se utiliza da extensão territorial chilena para inovar por meio da bebida. O Chile, acompanhado pela Cordilheira dos Andes de um lado e pelo oceano Pacífico do outro, tem uma variedade de solos, relevo, temperatura e umidade muito grande. A Ventisquero busca se aproveitar disso, que muitos consideram um defeito, para criar rótulos únicos.
A identidade da Ventisquero é muito bem traduzida no vinho Tara, por exemplo. O sauvignon blanc é feito com uvas cultivadas no deserto do Atacama e tem como objetivo “engarrafar o local”, segundo Orlando Ibañes, coordenador de turismo da vinícola. O vinho é propositalmente não filtrado e tem notas salinas distintas de qualquer outro rótulo, devido ao solo onde o vinhedo se encontra.
Para Orlando, o Tara é apenas um exemplo daquilo que a Ventisquero tem o objetivo de ser. “A vinícola Ventisquero é definida pelo espírito desafiante, que busca expandir o limite do vinho, inovar e surpreender a cada garrafa. É muito difícil inovar na vinicultura e nós buscamos expressar conceitos diferentes, especialmente no Chile, onde as condições de produção são muito diversas, com muitos climas e solos diferentes", destaca o coordenador de turismo.
Com vinhedos por todo o Chile, a marca oferece, no Vale Colchagua, o Sunset Ventisquero, uma de quatro atividades ofertadas pela vinícola. Nessa programação, os visitantes assistem ao pôr do sol do Vale do Apalta, no Miradouro La Roblería, e degustam cinco garrafas selecionadas, acompanhadas de aperitivos que harmonizam com os vinhos. Música ao vivo e observação de estrelas completam a programação.
Casa de vó
Ir à vinícola Ravanal é como fazer uma visita à casa de avós, após um longo período sem vê-los. A tradição e a recepção causam um sentimento de pertencimento e aconchego quase instantâneo na casa de uma família em que o principal objetivo é a produção de bons vinhos. Criada por Mario Ravanal, a vinícola é uma das mais antigas da região de Colchagua. A Ravanal produz vinhos muito bem elaborados e exporta 85% das garrafas. O Brasil recebe 70% da exportação.
Família é a palavra que define a vinícola. Os 120 hectares de terra destinados à vinicultura são geridos por membros da família Ravanal, que priorizam o trabalho local. Para Fernando Calquin, guia e enólogo da vinícola, a história da Ravanal destaca a vinícola como uma das maiores da região. “A tradição é a nossa marca-registrada. São 60 anos de história com uma evolução que nenhuma outra produtora de vinhos consegue mostrar. Por isso o nosso trabalho é tão profissional”, explica.
A apenas duas horas de Santiago, o local oferece aos visitantes diversos planos com programações diferentes. A visita a vinhedos onde se pode provar uvas de plantas centenárias é imperdível. Além de refeições com harmonização de pratos e vinhos, a Ravanal proporciona a experiência "Faça seu vinho". A atividade dá aos turistas a oportunidade de criar um vinho do zero, elaborando desde a mistura das uvas até a arte do rótulo. Em um grupo de no mínimo quatro pessoas, os integrantes se dividem para desenvolver o produto. Ao final da dinâmica, as bebidas são degustadas por um enólogo local, que decide a melhor garrafa.
A vinícola também é parceira do Hotel Cava Colchagua, uma hospedagem diferente do comum. Os quartos são barris de vinho reutilizados e reconstruídos como aposentos. Cada barrica um dia já armazenou 45 mil litros de vinho, e hoje hospeda turistas do mundo inteiro com muito conforto. O hotel conta com piscina, ofurôs e uma vinícola familiar própria.
Quase vizinhos
O Chile é um dos dois únicos países da América do Sul que não fazem fronteira com o Brasil. Porém, mesmo não sendo “vizinhos de porta”, o caminho entre as nações é mais curto do que parece. A companhia aérea Latam tem voos diretos do Brasil para o Chile, partindo de Brasília, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Recife. Os trajetos sem paradas buscam o fortalecimento de laços entre as nações e o incentivo ao turismo dos dois países. Em 2024 foram inauguradas as rotas de Brasília, Fortaleza e Recife e mais de 2 milhões de passageiros transitaram entre Brasil e Chile.
Para Paulo Miranda, gerente de Experiência do Consumidor na Latam, as novas rotas reafirmam a posição da empresa como incentivadora do turismo entre o Brasil e o Chile. “Para a gente, esses voos que criamos de Brasília, Fortaleza e Curitiba, por exemplo, complementam superbem a nossa base de oferta. Isso ajuda na redução de tempo de voo para os nossos clientes, que não precisam mais fazer conexões em outras cidades, diminuindo em até duas horas o tempo de viagem, dependendo de onde o passageiro está. O mais importante é que isso gera uma conexão mais direta com o consumidor", afirma.
O jornalista viajou a convite da companhia aérea Latam e da Federação de Empresas de Turismo do Chile (Fedetur)
Desbravando o Chile, Por Sibele Negromonte
Porta de entrada para quem quer explorar os muitos encantos do Chile, Santiago é parada obrigatória do turista. E não decepciona. Ladeada pela imponente Cordilheira dos Andes, a cidade de aproximadamente 6,4 milhões de habitantesé cultural e historicamente vibrante e oferece opções de entretenimento para todas as idades. Não à toa, tem se tornado um importante destino turístico dos brasileiros. Pelas ruas da capital, o português, provavelmente, é a segunda língua mais falada.
Para quem pretende visitar algumas das centenas de vinícolas espalhadas pelo país, aventurar-se pelo deserto de Atacama ou, simplesmente, explorar Santiago, a Revista preparou um roteiro básico de cinco dias. Mas não se engane, há muito mais a conhecer.
Dia 1
O voo que sai de Brasília chega a Santiago pouco depois do meio-dia. Após passar pela alfândega e se instalar na sua hospedagem, uma boa pedida é se perder pelas ruas do bairro boêmio de Lastarria, envolto pela colina do Santa Lucía Park. Se a sua chegada for no fim de semana, então, há uma séria chance de você esbarrar em alguma feirinha de artesanato, artistas expondo suas obras e músicos tocando na rua. Bastante arborizado, o lugar é repleto de bares, cafeterias e restaurantes, onde é possível apreciar uma boa comida típica chilena acompanhada de uma taça de vinho local.
Dia 2
Acorde cedo para bater perna pelas ruas centrais da cidade. O metrô de Santiago funciona muito bem e corta boa parte da capital. Desça na estação La Moneda e visite a sede da Presidência da República, o Palácio de La Moneda. O prédio em estilo neoclássico écercado por duas praças: a da Cidadania e a da Constituição. No subsolo da Praça da Cidadania, fica um centro cultural,com salas de exposições, a cinemateca nacional e lojinhas de artesanato. O prédio foi bombardeado em 11 de setembro de 1973, quando os militares tomaram o poder no Chile e mataram, no local, o então presidente, Salvador Allende. Em dias alternados, há troca da guarda.
Siga caminhando pelas ruas do centro. O Paseo Bulnes épredominantemente pedestre, repleto de lojas, cafés e edifícios históricos.O Paseo Bandera, uma rua toda colorida, e o Paseo Ahumada também são boas opções para quem deseja explorar o centro histórico. Próximo dali,na Plaza de Armas, fica a imponente Catedral Metropolitana de Santiago, principal templo católico do país.
Que tal uma parada para o almoço no Mercado Central de Santiago? O prédio em estrutura de ferro fundido abriga lojas e restaurantes cujo carro-chefe são os frutos do mar frescos. Mas prepare-se para ser bombardeado pelos garçons, que tentam seduzir os turistas para os seus estabelecimentos.
À tarde, a sugestão é uma visita ao Museu da Memória e dos Direitos Humanos, inaugurado em 2010 paralembrar o violento período da ditadura militar no país, entre os anos 1973 e 1990. No local, um imponente mosaico com as fotos dos mortos e desaparecidos políticos da época emociona. Fotografias, textos, vídeos e diversas atividades buscam mostrar às novas gerações o que ocorreu no tenebroso regime para que não volte a acontecer.
Dia 3
Depois de um dia intenso turistando pela capital, nada melhor do que relaxar de frente para o Oceano Pacífico. As vizinhas Viña del Mar e Valparaíso ficam a cerca de 120km de Santiago e contam com confortáveis ônibus, saindo da capital a cada 15 minutos. Além de praias, como a Renaca, a charmosa orla de Vinã del Mar é uma festa, com pessoas pedalando, andando de patinete ou só jogadas na areia.
Em Valparaíso, o destaque vai para as colinas íngremes e as casas coloridas no topo de penhascos. Lá, fica também uma das três residências do poeta Pablo Neruda, ganhador do Nobel de Literatura, a La Sebastiana,que hoje é um museu com vistas para o Pacífico.
Dia 4
De volta à capital, é dia de visitar outra casa de Neruda,La Chascona, situada na base do morro San Cristóbal. Recebeu esse nome em homenagem ao grande amor do poeta, Matilde Urrutia, que tinha cabelos rebeldes. Chascona significa descabelada. A casaé um labirinto de salas decoradas com objetose obras de arte trazidos por Neruda de diferentes partes do mundo.
Ao lado, fica a entrada para o Cerro San Cristóbal,uma colina a 850 metros do nível do mar, que, no topo, ostenta uma imponente imagem de Nossa Senhora da Conceição. Para subir, pegue o funicular e, se quiser, dê um paradinha no zoológico da cidade. Lá em cima, é possível ter uma bela vista da cidade. Para descer, a pedida é pegar o teleférico. Passeio imperdível!
Já que está no famoso bairro de Bellavista, siga a pé até o Pátio Bellavista, um espaço que reúne bares e restaurantes com comidas típicas e internacionais econhecido por ser um ponto de encontro para jovens e turistas, especialmente à noite.
Dia 5
Não conseguiu ir a alguma vinícola mais distante? Nos arredores de Santiago, há algumas opções, como a famosa Concha y Toro e a familiar Cousiño Macul. De metrô, é possível chegar bem próximo, fazendo o restante do caminho de ônibus ou carro de aplicativo. As vinícolas oferecem visita guiada e degustação, mas é interessante fazer uma reserva antes.
Depois da degustação, o almoço pode ser noCentro Artesanal Los Dominicos, conhecido também como "Pueblito Los Dominicos", situado no parque de mesmo nome. Aproveite para comprar lembrancinhas da viagem. O local reúne mais de 100 lojinhas com todo tipo de artesanato chileno, em um espaço muito agradável com uma pegada mais campestre.