
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a retomada do protagonismo político da região e uma “nova ordem mundial pacífica”. A declaração foi dada neste domingo (10/11), durante sua participação, na abertura da 4ª Cúpula Celac - UE, com chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE), que ocorre em Santa Marta, na Colômbia. Lula volta ao Brasil ainda neste domingo, para participar da abertura da COP30, que começa nesta segunda-feira (10/11), em Belém.
Lula afirmou que a América Latina não pode continuar dependente das decisões das grandes potências e destacou que a unidade entre os 33 países do bloco é essencial para enfrentar os desafios globais e garantir desenvolvimento soberano. Ele destacou a importância da volta do Brasil à Celac, dizendo que é hora de de “reconstruir pontes” entre os países vizinhos, fortalecendo o comércio, a ciência, a cultura e as políticas sociais. “A América Latina precisa falar com uma só voz e ocupar o lugar que lhe cabe no cenário internacional”, afirmou Lula.
Ele também criticou o aumento da presença militar de potências estrangeiras no Caribe, em referência à movimentação de tropas e navios norte-americanos, que estão na região. “A América Latina e o Caribe devem ser uma zona de paz, sem espaço para bases estrangeiras ou intervenções armadas”, declarou. Ele afirmou que os conflitos regionais devem ser resolvidos por meios diplomáticos e políticos, “com respeito à soberania de cada nação”.
O presidente defendeu ainda que os países da região participem ativamente da construção de uma nova governança global, em que o Sul Global tenha mais poder de decisão. Ele afirmou que o atual modelo de poder mundial é “injusto e excludente”, e que a América Latina pode desempenhar papel central na transição energética, no combate à fome e na inovação sustentável. “Precisamos de uma nova ordem internacional que privilegie o diálogo, a solidariedade e o desenvolvimento com justiça social”, disse Lula.
O chefe do Executivo brasileiro defendeu o fortalecimento das democracias, principalmente da região que compõe a cúpula. Disse que é preciso combater a pobreza e investir em políticas públicas integradas. “A verdadeira integração regional começa dentro de casa, com respeito aos direitos humanos e compromisso com o bem-estar do nosso povo”, concluiu.
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