
O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) divulgou uma nota pública nesta quarta-feira (17/9) manifestando repúdio à aprovação da chamada PEC da Blindagem (PEC 3/2021) na Câmara dos Deputados. O texto foi aprovado em dois turnos ontem: 353 votos a favor e 134 contrários no primeiro, e 344 votos a favor e 133 contrários no segundo. Agora, a proposta segue para apreciação no Senado Federal.
A PEC estabelece que deputados e senadores só poderão ser processados criminalmente com autorização da respectiva Casa Legislativa. Também restringe prisões em flagrante a casos de crime inafiançável, cabendo ao Congresso decidir, em até 24 horas, se mantém ou revoga a prisão. Além disso, amplia o foro privilegiado a presidentes nacionais de partidos com representação no Congresso e permite votações secretas em processos envolvendo parlamentares.
Segundo defensores da proposta, o objetivo é resguardar os mandatos de perseguições políticas e recuperar garantias previstas na Constituição de 1988. O MCCE, no entanto, questiona: “Quem protegerá a sociedade brasileira das incongruências do próprio Congresso Nacional?”
Na avaliação da entidade, o texto aprovado ameaça o equilíbrio entre os Poderes, fortalece a impunidade e enfraquece a transparência legislativa, especialmente ao admitir votações secretas em processos que tratam da responsabilização de parlamentares. Para o movimento, esse retrocesso institucional pode comprometer a credibilidade do sistema político.
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O MCCE afirmou ainda que, caso a PEC seja aprovada no Senado, deverá enfrentar contestação no Judiciário. Até lá, a entidade reforça que a sociedade deve permanecer vigilante e cobrar de deputados e senadores compromisso com ética, responsabilidade e defesa da democracia.