Blindagem

Tarcísio não deve ir à manifestação pró-Bolsonaro na Paulista

O governador de São Paulo será submetido a um procedimento médico na tireoide neste domingo (3/8), mesmo dia do ato político

Em meio às tensões diplomáticas entre Brasil e EUA e à crise causada pelas tarifas comerciais anunciadas por Trump, Tarcísio tem adotado uma postura de silêncio -  (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
Em meio às tensões diplomáticas entre Brasil e EUA e à crise causada pelas tarifas comerciais anunciadas por Trump, Tarcísio tem adotado uma postura de silêncio - (crédito: Reprodução/Redes Sociais)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), será submetido a um procedimento médico na tireoide neste domingo (3/8). A intervenção ocorrerá no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul da capital paulista, e a previsão é de alta no mesmo dia. Coincidentemente, na data, ocorrerá um ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista. A ausência de Tarcísio reforça a leitura de que há um movimento calculado para se manter longe dos palanques neste momento.

Segundo aliados, a orientação teria partido do secretário Gilberto Kassab, com o objetivo de blindar o governador de eventuais desgastes políticos no cenário eleitoral de 2026.

O procedimento médico ao qual Tarcísio de Freitas será submetido, chamado radioablação por ultrassonografia, é minimamente invasivo e tem rápida recuperação. É indicado para o tratamento de nódulos na tireoide e realizado com o auxílio de uma agulha guiada por ultrassom, sem necessidade de cirurgia tradicional.

Na segunda-feira (4), o governador deve retomar as atividades no Palácio dos Bandeirantes, com compromissos internos. “O governador Tarcísio de Freitas realizará um procedimento de radioablação por ultrassonografia de tireoide na tarde do próximo domingo (03), no Hospital Albert Einstein, com alta prevista para o mesmo dia. Na segunda-feira, o governador cumprirá agenda interna em seu gabinete, no Palácio dos Bandeirantes”, informou o governo do estado em nota oficial.

Silêncio estratégico

Em meio às tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos e à crise causada pelas tarifas comerciais anunciadas pelo governo norte-americano, Tarcísio tem adotado uma postura de silêncio. Desde o dia 23 de julho, o governador não se manifesta publicamente sobre o tema — mesmo após anunciar um crédito subsidiado de R$ 200 milhões para empresas paulistas afetadas pelas tarifas, que devem entrar em vigor ainda em agosto. A medida foi comunicada de forma discreta, sem entrevistas ou pronunciamentos oficiais.

O estado de São Paulo é o mais impactado pelas sanções. Segundo dados da assessoria técnica do Senado, em 2024, o estado já exportou US$ 13,8 bilhões para os Estados Unidos — o que representa mais de um terço de todas as exportações brasileiras para o país.

Os Estados Unidos são o principal destino dos produtos paulistas, concentrando 18,2% das vendas externas do estado. A China aparece em segundo lugar, com 13,8%.

Enquanto isso, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, tem feito críticas públicas a Tarcísio, acusando o governador de “subserviência às elites” por buscar soluções diplomáticas e empresariais para mitigar os efeitos do tarifaço.

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Por Wal Lima
postado em 01/08/2025 15:47 / atualizado em 01/08/2025 15:47
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