
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), atualmente procurada pela Interpol, cometeu crime, no entanto considera sua condenação injusta. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro disse compreender a fuga da parlamentar e interpretou o ato como um "desespero" diante da situação.
"Eu vejo mais uma pessoa ali que está num nível de descrença das instituições brasileiras, num nível até de desespero, eu acho, do que vai fazer da vida. Porque ela não merece estar presa, não merece essa condenação que ela tomou", afirmou o senador. Ele ainda criticou a celeridade do julgamento no Supremo Tribunal Federal, alegando que o processo não teria seguido um rito "normal".
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Condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, Zambelli recebeu pena de 10 anos de prisão, além da cassação do mandato, inelegibilidade e multa. Após a sentença, deixou o Brasil pela fronteira com a Argentina, em Foz do Iguaçu (PR), no dia 25 de maio, segundo a Polícia Federal.
A parlamentar anunciou que estava nos Estados Unidos e seguiria para a Itália, alegando estar protegida da extradição por possuir cidadania italiana. No entanto, seu nome foi incluído na lista vermelha da Interpol e ela passou a ser procurada em 196 países.
Na última quinta-feira (12), o governo italiano iniciou a análise do pedido de extradição apresentado pelo Brasil. O documento foi entregue pelo embaixador brasileiro em Roma, Renato Mosca, ao Ministério das Relações Exteriores da Itália. Zambelli afirmou que pretende se entregar às autoridades italianas.
Foragida na Itália, a deputada federal, na tentativa de impedir sua extradição ao Brasil, contratou o advogado italiano Pieremilio Sammarco, conforme informações da revista Veja. Professor de direito na Universidade de Bergamo, Sammarco é conhecido por ter atuado na defesa de figuras públicas no país, como o político Beppe Grillo.