
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, rejeitou neste sábado (26/4) a possibilidade de conciliação com o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) na queixa-crime que apresentou contra o parlamentar após ser ofendida por ele.
Ontem (25), a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou sobre o caso e sugeriu a realização de uma audiência de conciliação antes do recebimento da queixa.
"É indigno o vice-procurador que examina a queixa-crime apresentada por mim pedir uma audiência de conciliação com Gustavo Gayer. Não há conciliação possível com quem violentamente ofendeu a mim e minha família, com ataques misóginos, machistas, que alcançaram outras pessoas. Da Procuradoria-Geral da República se espera o cumprimento da lei", escreveu Gleisi em sua conta no X.
É indigno o vice-procurador que examina a queixa-crime apresentada por mim pedir uma audiência de conciliação com Gustavo Gayer. Não há conciliação possível com quem violentamente ofendeu a mim e minha família, com ataques misóginos, machistas, que alcançaram outras pessoas. Da…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) April 26, 2025
Gleisi acionou a PGR e o Supremo Tribunal Federal (STF) contra Gayer por ter sido ofendida pelo deputado. A Procuradoria se manifestou sobre o caso e recomendou a realização de uma audiência de conciliação, citando que o Código de Processo Penal (CPP) prevê tentativa de conciliação antes do recebimento de queixas por crimes contra a honra.
Comparação com garota de programa e "trisal"
Após fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Gleisi, dizendo que colocou uma “mulher bonita” para cuidar da articulação política — que também foi criticada e considerada machista — Gayer fez uma série de ataques à ministra nas redes sociais, envolvendo ainda o companheiro da parlamentar, deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara.
“Vai mesmo aceitar seu chefe oferecer sua esposa para o (presidente da Câmara) Hugo Motta como um cafetão oferece uma GP (garota de programa)? Sua esposa sendo humilhada pelo seu chefe, e você fica calado?”, escreveu Gayer.
Em outra postagem, o deputado afirmou: “Me veio a imagem da Gleisi, do Lindbergh e do (presidente do Senado) Davi Alcolumbre fazendo um trisal. Que pesadelo!”. Lindbergh também já apresentou queixa-crime ao STF.
O PT e senador Davi Alcolumbre (União-AP) repudiaram a fala, e acionaram o Comitê de Ética da Câmara dos Deputados pela cassação do mandado de Gayer. Além disso, Alcolumbre também afirmou que vai acionar o STF contra o parlamentar.
A defesa de Gustavo Gayer negou que o parlamentar teve a intenção de insultar a ministra, e disse que sua fala foi uma resposta à declaração do presidente Lula.