
A imensa maioria dos abusos sexuais contra crianças e adolescentes ocorre dentro de casa, cometidos por familiares ou parentes, ou seja, pessoas da confiança deles. A depender da idade, meninos e meninas não têm noção de que estão sofrendo uma violência. Essa falta de conhecimento sobre o que é uma agressão os deixa entregues à rotina de violações — um trunfo, portanto, para os predadores.
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Orientar crianças e adolescentes a respeito do assunto é uma forma de protegê-los. Se estiverem informados, quando tocados com desconforto, vão ter a consciência de que algo está errado e conseguirão pedir socorro mais rápido.
Saber como abordar o tema com meninos e meninas, porém, mostra-se um desafio. As conversas têm de respeitar a idade, as etapas de desenvolvimento de cada um deles. Recomendo o material disponibilizado pelo Instituto Liberta, elaborado com o intuito de ajudar familiares e cuidadores nessa missão de fundamental importância.
O guia Educação para a prevenção da violência sexual contra crianças e adolescentes: saber liberta tem uma linguagem acessível. Explica formas de dialogar com meninos e meninas — conforme a idade —, de fazê-los ter a compreensão do próprio corpo e ajudá-los a desenvolver o senso de autoproteção. Há menções, por exemplo, sobre como ensiná-los quando dizer "não" e "pare" e a jamais guardarem "segredos" — estratagema dos abusadores. Para pais ou responsáveis, destaca, entre outros pontos, a importância de validar os sentimentos de crianças e adolescentes; de não forçá-los a abraçar, beijar ou acariciar quem eles não querem, mesmo sendo familiares e parentes; de propiciar que se sintam seguros em compartilhar o que vivem e em pedir ajuda quando algo ruim acontece.
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"Uma das coisas que insistimos muito é que, entre tantas e diferentes violências, uma parte delas pode ser evitada com educação e informação. Educar para a prevenção da violência sexual é falar sobre segurança, respeito por si e pelos outros e percepção dos próprios sentimentos", ressalta o instituto, que trabalha com campanhas de conscientização e sensibilização da sociedade para a importância do enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes. O guia pode ser acessado no liberta.org.br. Lembre-se: orientar é proteger.

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