Futebol

A sina dos jogadores do Real Madrid nascidos no Distrito Federal

Alípio, Kaká, Reinier, Endrick: a madição dos brasilienses na passagem pelo clube de futebol mais rico, vitorioso e badalado do mundo da bola

opinião esporte coluna 02/08 -  (crédito: Caio Gomez)
opinião esporte coluna 02/08 - (crédito: Caio Gomez)
O futebol do Distrito Federal vive no radar do Real Madrid, mas impressiona a lista de joias nascidas na capital com dificuldade na adaptação ao clube merengue. Os brasilienses amargam uma sina quando vestem a camisa branca.
Alípio e Reinier, por exemplo, sequer tiveram oportunidades no elenco profissional. Kaká desembarcou no clube com status de eleito melhor do mundo em 2007 e camisa 10 da Seleção, porém esteve aquém do padrão de excelência.
Atual representante do DF, Endrick tenta se firmar. Mesmo amargando a reserva, entregou sete gols na temporada 2024/25. Cinco na Copa do Rei. Uma lesão atrapalha o início de temporada do jogador sob o comando de Xabi Alonso.
Nascido em 1982, o meia-atacante Alípio iniciou a carreira na Escolinha Dois Toques e se mandou para Portugal. O Rio Ave abriu as portas das divisões de base do Real Madrid para ele em 2009. Passou pelos times C e B. Não bateu a meta de chegar ao profissional. As lesões atrapalharam. Voltou a Portugal e seguiu a carreira no Benfica antes de retornar ao país, em 2011, para defender o América-RN.
Alípio desembarcou na base do Real praticamente na mesma época do consagrado Kaká. Eleito melhor do mundo em 2007 depois de ser artilheiro da Champions League com 10 gols e de levar o clube italiano ao hepta na Champions League, o meia nascido no Gama sofreu com sucessivas lesões e foi praticamente escanteado pelo técnico José Mourinho, conhecido por exigir excelência física.
A pubalgia frustrou o investimento de 67 milhões de euros e abreviou a passagem do craque pelo Real. Kaká marcou 29 gols em 120 jogos, ganhou um Espanhol e uma Copa do Rei, porém foi ofuscado por Cristiano Ronaldo devido aos problemas clínicos e físicos crônicos, inclusive, na Copa de 2010. Kaká jogou no sacrifício na África do Sul e teve o desempenho prejudicado pelas fortes dores.
Outra cria do DF, Reinier surfou na onda daquele Flamengo de 2019. Virou um dos xodós de Jorge Jesus. O técnico português até se aborreceu com a venda, considerada por ele precoce à época, por 30 milhões de euros. Sem vaga no elenco principal para extracomunitários, Reinier não foi além do Real Madrid Castilla, pelo qual fez dois gols e deu uma assistência. Sem espaço, foi emprestado ao Borussia Dortmund, Girona, Frosinone e Granada.
Endrick é a vítima da vez. Vendido pelo Palmeiras ao Real Madrid por 47,5 milhões de euros, não decola. A concorrência é grande: Vinicius Junior, Mbappé, Rodrygo e agora o queridinho das divisões de base Gonzalo García.
Uma lesão muscular na coxa o afastou da Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Uma recaída divulgada pelo departamento médico do Real Madrid projetou Endrick fora dos gramados por oito a 10 semanas. Consequentemente, o brasiliense vai para o fim da fila na concorrida disputa por posições: Vinicius Junior, Mbappé, Rodrygo, Brahim e Gonzalo García.
Endrick é jovem, tem apenas 18 anos, mas depende muito, a essa altura, do interesse de Xabi Alonso nele para emplacar a temporada de 2025/2026 no Real Madrid. Do contrário, arrisco apontar um empréstimo como solução imediata para ele sair do banco, jogar a bola que sabe e reconquistar o técnico Carlo Ancelotti.
O italiano o conhece bem, mas é preciso reivindicar uma vaga entre os 26 convocados para a Copa dentro de campo, na bola e fazendo gols. João Pedro ficou gigante na Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Kaio Jorge merece oportunidade. Simples assim. A disputa está crescendo no Real e o tempo passando para Endrick.

MP
postado em 02/08/2025 05:55
x