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Chatô, Alice e Sarney: memória e futuro

O sucesso do musical foi tanto, que a produtora Naura Schneider e o idealizador da peça na capital, Miguel Jabour, começaram a planejar a segunda temporada em Brasília

 Musical o Chatô em apresentação no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.  -  (crédito:  Mariana Campos/CB/D.A Press)
Musical o Chatô em apresentação no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. - (crédito: Mariana Campos/CB/D.A Press)

Eu já tinha visto o musical Chatô e os Diários Associados: 100 anos de paixão no dia da estreia, no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. Mas vê-lo em Brasília teve outro peso e outra emoção. Preciso contar. Foram dois dias e três sessões de espetáculo. Fiquei entre a redação e o Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Levamos estudantes, leitores, anunciantes, antigos funcionários e autoridades ao teatro. Recebemos os atores Stepan Nercessian, Cláudio Lins, Patrícia França e Sylvia Massari na redação, em nossos estúdios.

Correio Braziliense é uma das casas de Chatô. Emprestamos a nossa melhor mobília, que é uma coleção de capas históricas, para adornar a entrada do teatro com uma exposição simples, porém extremamente representativa da nossa história. Uma coleção que demonstra, além da excelência gráfica, o comprometimento com Brasília, por meio de campanhas como a manutenção do Fundo Constitucional do DF e a paz no trânsito, entre outras. A exposição foi colada a outra, sobre a história de Assis Chateaubriand.

Foram dias de encontros e reencontros. A palavra que mais ouvi foi emoção. Muitas pessoas emocionadas com o musical, que faz um passeio maravilhoso pela história da comunicação brasileira. Na plateia, pessoas como José Sarney, que trabalhou como repórter policial e chegou a ser vice-diretor do Imparcial, jornal do grupo Diários Associados no Maranhão. Também gente como Alice Dourado, jovem estudante de publicidade da UnB, que veio me dizer que o musical a fez recuperar o encanto e a vontade de continuar uma carreira na comunicação.

Muitas pessoas se reconectaram também com suas próprias histórias, como minha amiga Cristine Gentil, que trabalhou 22 anos no Correio e hoje conduz um projeto chamado Mais Pelo Jornalismo, da plataforma de mailing de imprensa I'Max, que apoia veículos de mídia com infraestrutura tecnológica gratuita. Ela, que também está ajudando a construir uma nova história da comunicação, me chamou a atenção para a força da história e da memória do nosso jornal, um ativo importantíssimo que procuramos sempre valorizar. 

Aproveito a deixa para falar de Francisco Lima, nosso Chiquinho do Cedoc, que junto com Mauro Ribeiro, fazem um trabalho extraordinário de preservação do nosso acervo. E agradeço a Cilene Vieira, curadora da exposição e gestora do Centro de Documentação do Correio. Memória é um banquete. Temos fartura de histórias de Brasília contadas, contidas nas páginas do jornal e, hoje, também no portal.

O sucesso do espetáculo Chatô & Os Diários Associados — 100 anos de paixão, aqui, foi tanto, que a produtora Naura Schneider e o coordenador do projeto, Miguel Jabour, começaram a planejar a segunda temporada em Brasília, prevista para setembro.

Ao reviver Chatô, esse personagem tão cheio de camadas, que segue agora para a temporada em São Paulo, estamos resgatando um elo com o passado, mas que injeta novo ânimo para o futuro.

 


postado em 15/06/2025 06:00
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