
As primeiras imagens do túmulo do papa Francisco na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, foram divulgadas.
Uma única rosa branca foi colocada sobre o túmulo de pedra que leva o nome pelo qual ele foi conhecido durante seu pontificado.
Também é possível ver um crucifixo iluminado por um único holofote.
O falecido papa foi sepultado na igreja — uma das quatro principais basílicas da capital italiana, que ele visitava regularmente durante seu mandato como cardeal e pontífice — em uma cerimônia privada após o funeral público realizado no Vaticano, no sábado (26/4).
Um grupo de enlutados formou uma fila do lado de fora da igreja na manhã de domingo (27/4).
Eles queriam ser os primeiros a prestar homenagens ao papa Francisco, que faleceu aos 88 anos no dia 21 de abril.

Entre eles, estava Rosario Correale, um italiano que disse ter sido "muito emocionante" ver o túmulo.
"Ele realmente nos marcou", disse Correale à agência Associated Press (AP).
A peregrina polonesa Maria Brzezinska sentiu que o local de descanso era adequado para Francisco.
"Sinto que está exatamente no estilo do papa. Ele era simples, e seu lugar agora também é", disse ela à agência de notícias Reuters logo após a visita.
Francisco era particularmente devoto da Virgem Maria, e Santa Maria Maior foi a primeira igreja a ser dedicada a ela quando foi construída no século 4.
A basílica fica perto do Coliseu, a poucos passos da estação ferroviária Termini, infinitamente movimentada e caótica.
A construção está muito além dos limites do Vaticano, onde os papas são tradicionalmente sepultados.
Mas trata-se de uma basílica pela qual o pontífice sul-americano tinha uma afinidade de longa data.
Um clérigo sênior disse a um jornal italiano que o papa Francisco havia expressado vontade de ser sepultado ali já em 2022. Ele citou que a inspiração veio da Virgem Maria.
"Achei incrível que ele quisesse ser enterrado aqui nesta basílica", disse Amaya Morris, outra peregrina, à AP.
"De todas as [igrejas], ele escolheu esta. Achei isso realmente incrível. É realmente gratificante poder estar aqui."
O funeral de Francisco contou com a presença de chefes de Estado, chefes de governo e monarcas de todo o mundo, além de centenas de milhares de católicos, que se aglomeraram nas ruas que levam ao Vaticano para prestar homenagens.
Hinos foram tocados em alto-falantes gigantes, ocasionalmente abafados pelo som de helicópteros, antes que o cardeal Giovanni Battista Re, de 91 anos, fizesse uma homilia sobre o legado do papa.
O cardeal enfatizou que o Papa Francisco havia repetidamente exortado o mundo a "construir pontes, não muros".

O funeral também foi palco de um encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o ucraniano Volodymyr Zelensky, que, segundo este último, tinha "potencial para se tornar histórico".
Posteriormente, Trump questionou a disposição do presidente russo, Vladimir Putin, de encerrar a guerra na Ucrânia, que já dura três anos — aliás, um conflito para o qual o papa Francisco sempre clamou por paz durante seu período no cargo.
Após o funeral público, o caixão do pontífice foi carregado por Roma em uma procissão lenta.
As autoridades disseram que 140 mil pessoas se aglomeraram nas ruas por onde o cortejo passou.
Elas aplaudiram e acenaram enquanto o carro funerário — um papamóvel branco adaptado — cruzou o rio Tibre e passou por alguns dos pontos turísticos mais famosos de Roma: o Coliseu, o Fórum e o monumento nacional Altare della Patria, na Praça Veneza.
Após um período de luto, as atenções em breve se voltarão para a escolha do próximo papa.
A data ainda não foi definida, mas acredita-se que a eleição possa começar já em 5 ou 6 de maio, com a presença de 135 cardeais — tornando-se o maior conclave da história moderna.
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