
O Flamengo usou suas redes sociais para homenagear um de seus torcedores mais simbólicos: Ubirajara Félix do Nascimento. Popularmente conhecido como Bira Presidente, o rubro-negro morreu na noite do último sábado (14), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Para além de todo talento e reconhecimento no samba, ele também fez de sua caminhada uma comunhão com o clube carioca.
“Nos últimos minutos desse sábado (14), Ubirajara Félix do Nascimento, mais conhecido como Bira Presidente, nos deixou aos 88 anos. Rubro-negro, fundador do Grupo Fundo de Quintal e do Cacique de Ramos, Bira foi um dos maiores expoentes do samba e da Cultura Popular desse país. O Clube de Regatas do Flamengo manifesta seu profundo pesar e presta suas condolências aos familiares, amigos e fãs. O show vai continuar e o seu legado será imortal. Obrigado, Bira”, escreveu o clube.
Nos últimos minutos deste sábado (14), Ubirajara Félix do Nascimento, mais conhecido como Bira Presidente, nos deixou aos 88 anos. Rubro-negro, fundador do Grupo Fundo de Quintal e do Cacique de Ramos, Bira foi um dos maiores expoentes do samba e da Cultura Popular desse país. O… pic.twitter.com/p6usadH8dY
— Flamengo (@Flamengo) June 15, 2025
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Da Zona Norte do Rio ao reconhecimento nacional
Nascido em 23 de março de 1937, no bairro de Ramos, na Zona Norte carioca, Bira cresceu cercado pela música e pelas tradições afro-brasileiras. Ainda criança, ele teve contato com ícones como Pixinguinha, João da Baiana e Donga. Além disso, se batizou no samba aos sete anos, na Estação Primeira de Mangueira, escola que sempre considerou como de coração.
Em 1961, fundou, com amigos e familiares, o Grêmio Recreativo Cacique de Ramos — bloco carnavalesco que se tornaria um dos mais importantes centros culturais de samba do Brasil. A sede, batizada de “Doce Refúgio”, se transformou em palco para rodas memoráveis e em berço para o grupo Fundo de Quintal.
Fundo de Quintal e a revolução no samba
Das rodas do Cacique nasceu uma revolução do samba tradicional: o Fundo de Quintal. Há quem diga, inclusive, que a história do gênero musical se divide em antes e depois da existência do grupo. Para se ter uma ideia, instrumentos como tantã, banjo e repique na mão só passaram a incorporar sambistas a partir da criação no Fundo de Quintal.
Bira, além de fundador, era o rosto carismático do grupo e dono de um estilo marcante ao tocar o pandeiro. Canções como “O Show Tem Que Continuar”, “A Amizade” e “Lucidez” se tornaram símbolos do gênero e consolidaram a importância do conjunto na música brasileira.
Além da carreira artística, ele trabalhou por décadas como servidor público. Pai de duas filhas, avô de dois netos e bisavô de uma menina, também se destacava pela paixão por dança de salão e pelo orgulho em representar o Flamengo por onde passava.
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Legado no samba e no coração rubro-negro
Bira permaneceu até os últimos dias como o único presidente do Cacique de Ramos — motivo pelo qual recebia carinhosamente o apelido de “o próprio Cacique”. Seu carisma, sua contribuição cultural e a fidelidade ao clube do coração o tornaram uma figura reverenciada em diferentes meios.
“Bira construiu uma trajetória marcada pela firmeza, pela ética e pela contribuição inestimável ao samba e à cultura popular brasileira”” declararam em nota conjunta o Cacique de Ramos e o Fundo de Quintal.