Operação Ícaro

Fast Shop pagará R$ 100 milhões após operação revelar esquema de corrupção

Acordo de não persecução penal foi firmado com dois sócios e o diretor estatutário da empresa, que foi alvo de operação que também prendeu dono da Ultrafarma

O pagamento será feito em 15 parcelas e não representa a compensação aos cofres públicos por eventuais débitos tributários -  (crédito: Divulgação/Barra Shopping)
O pagamento será feito em 15 parcelas e não representa a compensação aos cofres públicos por eventuais débitos tributários - (crédito: Divulgação/Barra Shopping)

Após a Operação Ícaro, deflagrada no último dia 12 de agosto, ter exposto um esquema de corrupção que envolvia os donos da Ultrafarma e da Fast Shop, além de auditores fiscais tributários da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, o Ministério Público do Estado (MPSP) informou a conclusão das investigações. Mário Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop, e os sócios Milton Kazuyuki Kakumoto e Júlio Atsushi Kakumoto se comprometeram a pagar multas que somam R$ 100 milhões.

Os representantes da empresa firmaram um scordo de não persecução penal, que ocorre quando os responsáveis confessam o crime e se comprometem a cumprir uma série de cláusulas para evitar um processo criminal. Segundo o MPSP, o pagamento será feito em 15 parcelas e não representa a compensação aos cofres públicos por eventuais débitos tributários, que, de acordo com o órgão, serão quitados à parte.

“Os investigados responsáveis pela empresa comprometeram-se, ainda, a implantar rigoroso programa de “compliance” e adotar novas práticas empresariais, manifestando preocupação da entidade empresarial na manutenção de sua atividade e dos empregos por ela gerados”, acrescenta a nota.

O diretor Mário Gomes chegou a ser preso pela Polícia Militar de São Paulo (PM-SP) no dia em que foi deflagrada a operação. De acordo com as investigações do Ministério Público, a Fast Shop realizava pagamentos a uma empresa de fachada, chamada “Smart Tax”, para receber ressarcimentos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelo estado. 

Os valores desses depósitos teriam chegado a R$ 422 milhões, entre dezembro de 2021 e julho de 2025, e ensejaram a obtenção de R$ 1,59 bilhão em ressarcimentos de tributos. Gomes terá de pagar R$ 15 milhões, enquanto que os sócios Milton Kazuyuki Kakumoto e Júlio Atsushi Kakumoto ficam responsáveis por pagar R$ R$ 55 milhões e R$ 30 milhões, respectivamente. 

Segundo o MP, o Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec) está em contato com a Secretaria de Fazenda (Sefaz) de São Paulo para que seja feita auditoria em relação a esses valores. O órgão ainda avalia compartilhar uma cópia da Operação Ícaro com a Receita Federal para verificar se o esquema também se estendeu para impostos federais.

postado em 17/09/2025 17:09
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