
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta terça-feira (16/9), que o governo federal vai cumprir a meta fiscal prevista para os anos de 2025 e 2026. Ele ponderou, no entanto, que o resultado depende do esforço do Congresso Nacional em aprovar compensações e evitar “pautas-bomba” que possam comprometer as contas públicas no período.
“O Executivo tem dado a sua contribuição, o Congresso tem dado a sua contribuição e eu diria que também o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) têm dado a sua contribuição, sobretudo no julgamento das grandes causas que impactaram brutalmente o orçamento nos anteriores”, pontuou o chefe da pasta, em conversa com o ex-ministro Joaquim Levy, durante o J. Safra Investment Conference.
Haddad afirmou ainda acreditar que o Produto Interno Bruto do Brasil (PIB) crescerá acima de 2,5% em 2025. Segundo ele, o otimismo é maior do que o do mercado financeiro e de organismos internacionais em relação à condução da política fiscal do país. “O próprio FMI (Fundo Monetário Internacional) teve que mudar sua projeção de PIB potencial do Brasil de 1,5% para 2,5% em função de algumas conquistas estabelecidas”, afirmou.
Corte de juros e inflação
Durante o evento, o ministro também destacou a redução das expectativas de inflação para os próximos dois anos e afirmou que a equipe econômica tem conseguido reancorar as projeções de forma bem-sucedida.
Na avaliação do ministro da Fazenda, a perspectiva de uma alta menor dos preços em 2025 pode abrir caminho para que o Banco Central antecipe os cortes na taxa básica de juros (Selic), fixada em 15% ao ano desde junho. “Tudo leva a crer que o ciclo de corte da Selic vai começar nos próximos meses”, disse Haddad, ao afirmar que acreditar que a economia vai reagir rapidamente após o BC decidir reduzir os juros.
Nesta segunda-feira (15), o relatório Focus, que reúne as expectativas do mercado financeiro, reduziu novamente as projeções para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 e 2026. Apesar disso, o mercado ainda trabalha com uma Taxa Selic de 15% até o final do ano.