
O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) registrou dois recordes no pregão desta segunda-feira (15/9) marcado pelo aumento da confiança de investidores sobre o cenário doméstico. Uma das marcas atingidas ao longo do dia foi a de maior patamar nominal da história, quando atingiu 144.193 pontos logo após as 14h, pelo horário de Brasília.
Durante a tarde, a bolsa brasileira perdeu fôlego, mas não foi suficiente para evitar um novo recorde — o de maior patamar de fechamento, que também foi atingido nesta segunda-feira (15). Diante disso, o Ibovespa encerrou a sessão com alta de 0,9%, aos 143.546 pontos.
Além da valorização da bolsa, a moeda brasileira também ganhou força ante o dólar no início desta semana. Ao final do dia, a divisa norte-americana acumulou queda de 0,61%, aos R$ 5,32, e encerrou o pregão no menor valor desde o dia 6 de junho de 2024, quando chegou a R$ 5,25. O real aproveitou o dia de nova queda do dólar no mercado internacional, com o índice DXY recuando 0,25% no fechamento.
Analistas do mercado financeiro apontam que o êxtase de investidores com o Brasil é reflexo de novas projeções sobre a inflação, o que reforça a possibilidade de um corte de juros antes do esperado. Nesta segunda-feira (15), o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, reduziu a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,85% para 4,83%.
“A expectativa de cortes de juros no exterior fortalece o fluxo para emergentes, enquanto o Focus voltou a mostrar revisão para baixo da inflação, reforçando a percepção de que o Brasil pode manter ancoragem das expectativas e, em breve, iniciar seu próprio ciclo de flexibilização monetária”, avalia o analista da Ouro Preto Investimentos Sidney Lima.
A taxa de juros Selic segue no patamar de 15% ao ano desde a reunião de junho do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Nesta terça-feira (16/9), o grupo se reúne novamente e tudo indica que este percentual deve se manter. No entanto, com a queda nas perspectivas para a inflação, a tese de um corte ainda neste ano ganha força, como destaca, ainda, o economista-chefe da Bluemetrix Asset, Renan Silva.
“O certo é que o mercado trabalha com a taxa terminal Selic de 15%, com possibilidade de termos ainda um primeiro corte ainda dentro de 2025. E também fica claro que não devemos ter elevação da taxa de juros em 2025 e 2026, dado ao arrefecimento da inflação e a menor retração econômica. A dúvida fica com relação ao ano eleitoral, que pode elevar os gastos do governo e, talvez, gerar o ímpeto do Banco Central manter uma política monetária restritiva ainda nesse patamar de 15%”, comenta o especialista.