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Lula cobra ministro por atraso em plano habitacional para classe média

Durante cerimônia de entrega de moradias, o presidente afirmou que a Caixa e o ministro de Cidades, Jader Filho, devem dar explicações sobre o descumprimento do prazo estabelecido em junho

Lula e Jader Filho Lula durante cerimônia no Planalto de entrega simultânea de unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida
 -  (crédito:  Ricardo Stuckert / PR)
Lula e Jader Filho Lula durante cerimônia no Planalto de entrega simultânea de unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida - (crédito: Ricardo Stuckert / PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta sexta-feira (1º/8) a demora na definição da proposta de um plano habitacional para a classe média. Durante cerimônia de entrega de moradias, o petista disse que tanto a Caixa Econômica Federal quanto o ministro das Cidades, Jader Filho, precisam dar explicações sobre o descumprimento do prazo estabelecido em junho, que previa a conclusão do desenho da nova faixa em até 30 dias.

“A Caixa Econômica sabe que me deve uma explicação. O ministro das Cidades me deve uma explicação. Queremos apresentar o maior programa habitacional da história. Não só casa para os pobres, mas casa para a classe média”, disse o presidente.

A criação de um plano habitacional para classe média é considerada uma das principais apostas de Lula para fortalecer a base social e eleitoral em 2026. O chefe do Executivo ressaltou que o governo tem como meta contratar dois milhões de moradias até o fim deste ano, de modo a garantir entregas até o término do mandato. Apesar da cobrança, ele também atribuiu papel de protagonismo a Jader Filho na condução da política habitacional: “Jader vai ter que trabalhar mais e vai ser o ministro que mais fez casas no país”.

Obstáculos e juros altos

Em resposta, Jader reconheceu a necessidade de avançar no projeto, mas ressaltou que o programa para a classe média só pode ser viabilizado com mudanças nas condições de financiamento, especialmente no que diz respeito à política monetária. “Nós temos que buscar aí a classe média, que tem hoje dificuldade de alcançar financiamento devido à questão da taxa de juros estar muito elevada, e com isso está faltando recursos para financiamento para a classe média”, justificou.

Ainda segundo o ministro, a proposta só deve sair do papel se o Banco Central estabelecer um teto para os juros e autorizar financiamentos de até 80% do valor dos imóveis. Ele adiantou que pretende discutir o tema diretamente com Lula e com o presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo.

“O Ministério das Cidades compreende que tem que ter essas duas condições para que a gente possa fazer esse lançamento. Fora disso, eu acredito que ou a gente lança desse jeito ou a gente não deveria lançar esse programa”, reforçou Jader.

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postado em 01/08/2025 15:25 / atualizado em 01/08/2025 23:06
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