TARIFAÇO

Secretario do Ministério da Fazenda sobre tarifaço: "Ataque unilateral sem fundamento"

Para Dario Durigan as ações adotadas pelo governo americano "salienta o aspecto político e de intervenção, de falta de respeito ao Brasil, à nossa tecnologia, aos nossos processos democráticos e à nossa independência judiciária"

Dario Durigan ressaltou que a soberania brasileira não está na mesa de negociação  -  (crédito: Washington Costa/MF)
Dario Durigan ressaltou que a soberania brasileira não está na mesa de negociação - (crédito: Washington Costa/MF)

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan classificiou como “ataque unilateral sem nenhum fundamento econômico” as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos EUA Donald Trump ao Brasil. Para Durigan, as taxas, que entrarão em vigor em 6 de agosto, salienta o aspecto político e de intervenção, a falta de respeito ao Brasil e aos processos democráticos.

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“Embora os nossos produtos, os nossos serviços estejam sempre passíveis de ser negociados, nossos valores e a nossa soberania não estão”, afirmou o secretario durante o Seminário Internacional “Inteligência Artificial em Perspectiva: fomento, regulação e soberania digital”, promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) nesta quinta-feira (31/7).

A manifestação de Durigan reforça a resposta indireta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao aumento de tarifas sobre exportações brasileiras e às sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo governo Trump. “Sem soberania, o Brasil não existiria”, escreveu o petista em publicação nas redes sociais nesta quinta-feira (31/7).

Para Lula, a soberania é a base da liberdade, da independência e da construção de uma sociedade “livre, justa e solidária”. Segundo ele, esse princípio está no centro da Constituição brasileira e norteia a atuação do governo diante dos desafios internos e externos.

O chamado "tarifaço" foi anunciado como parte de uma agenda protecionista e em retaliação ao que Trump chamou de "caça às bruxas" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em referência a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). O pacote atinge setores estratégicos da economia brasileira, como aço, carne bovina, alumínio e máquinas agrícolas. A decisão foi adiada em uma semana após pressão de empresários norte-americanos e articulação da diplomacia brasileira.

 

postado em 31/07/2025 13:12
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