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"Mistura de nostalgia e orgulho", afirma Mauricio Pitanga, que volta à tevê

Após cinco anos, o ator de 33 anos volta à tevê em "Reis" na mesma época em que terá a reprise de "Malhação: Sonhos"

Mauricio Pitanga, ator -  (crédito: Guto Costa/Divulgação)
Mauricio Pitanga, ator - (crédito: Guto Costa/Divulgação)

O ator Maurício Pitanga é mais um nome confirmado na 13ª e última temporada de Reis, da RecordTV. Na produção, que será exibida pela emissora e pela Univer Vídeo, ele dá vida a Adna, que é um dos capitães do exército do rei Asa (Ricky Tavares). Com 33 anos de idade e 18 de carreira, o fluminense de Resende começou aos 15 anos e participou de produções da TV Globo como Malhação: ID, de 2010, Malhação: Casa cheia (2013) e, em 2015, fez Malhação: Sonhos, onde viveu Luiz, como uma participação e terminou a trama como um dos vilões ao lado de nomes Marcelo Faria e Odilon Wagner. Na RecordTV interpretou diferentes personagens em Apocalipse (2017), Topíssima (2019) e Gênesis (2021). Em entrevista, Pitanga também fala do protagonismo no filme O resgate, rodado no Chile em que faz o personagem Alan.

Entrevista | Maurício Pitanga

Você está de volta à teledramaturgia após um tempo, interpretando Adna, um capitão do exército do rei Asa em Reis. Como você se sentiu ao retomar essa jornada e como você acha que esse papel vai se encaixar em sua carreira?

O Adna representa valores que eu admiro muito: honra, lealdade e bravura. Tivemos muitas cenas a cavalo, o que me trouxe de volta à infância na roça, quando eu pegava cavalo no pasto, montava no pelo e fazia até freio de cabresto. Estava com saudade de galopar. As cenas de batalha também foram marcantes, literalmente, risos. Tive uma queimadura forte na mão por conta de um rolamento que repetimos várias vezes em busca do plano perfeito, sob direção do Guga Sander. Ficou incrível, estou doido pra ver.

Você tem uma longa trajetória em novelas e séries, incluindo a Malhação. Qual foi o momento mais marcante da sua carreira até agora e como você acha que ele influenciou sua escolha de papéis subsequentes?

Malhação: Sonhos com certeza foi um divisor de águas. Eu entrei como uma participação pequena, e o personagem acabou crescendo até virar um dos vilões da trama. Isso mostrou pra mim o poder de estar presente, de entregar de verdade mesmo quando o papel é pequeno, porque quando a equipe percebe o potencial, as oportunidades se abrem. Esse crescimento dentro da história me deu mais confiança e também mais consciência sobre a responsabilidade de cada papel. Desde então, escolho personagens que me desafiem e que tenham alguma camada a mais, que possam surpreender.

Em Malhação: Sonhos, você começou como uma participação e terminou se tornando um dos vilões da trama. Como foi ver seu personagem evoluir dessa forma e como isso contribuiu para sua experiência como ator?

Foi incrível. Eu não esperava que o personagem fosse crescer tanto. Comecei com uma ou duas cenas e, de repente, estava inserido nos principais núcleos. Essa evolução foi um presente e uma prova de que o nosso trabalho é sempre observado. Me ensinou muito sobre timing, construção de personagem e principalmente sobre a importância de estar preparado. Porque as oportunidades às vezes aparecem de forma sutil, e você precisa agarrá-las com tudo. Foi uma escola dentro da TV.

Como espera se enxergar na nova reprise dessa temporada no Canal Viva?

Acho que vai ser uma mistura de nostalgia com orgulho. Malhação : Sonhos marcou uma geração e foi um dos elencos mais queridos até hoje. Rever esse trabalho com mais maturidade vai ser interessante, vou poder olhar com carinho praquele jovem ator cheio de vontade e ver o quanto aprendi e cresci desde então. Vai ser especial.

Você trabalhou em diversas produções da RecordTV e interpretou personagens diferentes. Como você se adapta às diferentes abordagens e estilos?

Cada produção tem um ritmo, uma energia, uma proposta. Eu gosto desse desafio. Na Record, os projetos têm uma pegada épica, quase sempre bíblica, com uma linguagem própria, um cuidado visual e coreografias intensas. Me adapto estudando bem o universo da trama, ouvindo muito os diretores e mergulhando no que o personagem exige. Eu sou muito observador e gosto de entender o tom que a direção está buscando pra poder entregar algo que faça sentido dentro daquele mundo. Gosto de variar, de me reinventar e isso me mantém vivo como artista.

Você protagonizou o filme O resgate, rodado no Chile. Qual foi a experiência de trabalhar em um projeto internacional?

Foi sensacional. Gravar no Chile foi uma experiência cultural e artística incrível. Estar num país diferente, com uma equipe multicultural, me tirou da zona de conforto de um jeito muito positivo. A troca com os profissionais de lá foi enriquecedora. E também me conectou ainda mais com o cinema que é uma paixão antiga minha. A experiência só reforçou o quanto eu quero continuar transitando entre os diferentes formatos e fronteiras. 

Além do cinema e da televisão, você também tem uma carreira no teatro. Como você acha que o teatro influencia seu trabalho em outras mídias e como você vê a relação entre essas diferentes formas de expressão artística?

O teatro é a base. É onde tudo começa e onde a verdade do ator é testada ao vivo, sem cortes. Ele me dá uma escuta muito mais afiada, um senso de presença, de tempo, de entrega. Carrego isso para tevê e cinema, essa consciência corporal e emocional. São linguagens diferentes, claro, mas que se alimentam uma da outra. O palco te dá coragem, e a câmera te pede sutileza. Gosto de navegar entre esses universos.

postado em 26/04/2025 08:00
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