TV+

Andor traz a revolução dos comuns em segunda temporada na Disney+

Andor chega à segunda e última temporada e elenco fala sobre a potência de uma série que se relaciona com espectador

Diego Luna é um dos atores que está há mais tempo no personagem em Star Wars em Andor -  (crédito: Disney/Divulgação)
Diego Luna é um dos atores que está há mais tempo no personagem em Star Wars em Andor - (crédito: Disney/Divulgação)

"Pessoas normais em situações extraordinárias." Essa é a máxima da segunda e derradeira temporada de Andor. A série do universo Star Wars teve os primeiros episódios disponibilizados na Disney e mostra a caminhada de um dos maiores rebeldes da saga até uma das missões mais importantes do cânone da guerra nas estrelas.

Em uma junket internacional com a participação do Correio, os atores e o criador Tony Gilroy fizeram questão de frisar essa ideia de que Star Wars também é sobre pessoas comuns e, por isso, Andor é importante para o desenvolvimento dessa narrativa. É uma história com a qual o público se relaciona e se vê refletido. "Desde o início, desde Rogue one, havia uma conexão forte com o público porque é sobre pessoas tomando o que é delas por direito", diz Diego Luna, protagonista da série, quando perguntado pela Revista.

Na nova temporada, a ala rebelde começa a tomar forma enquanto o Império fica cada vez mais autoritário. Andor precisa entender a posição que tem como um grande revolucionário e colocar na balança o futuro do universo e o bem-estar das pessoas que estão à sua volta. Todos esses assuntos são tão atuais quanto bons para uma narrativa ficcional. "A beleza da ficção científica é que é uma grande ferramenta para colocar um espelho e refletir o mundo em que vivemos", analisa Luna. "Quando você sugere que algo acontecesse em 'uma galáxia tão, tão distante', você tem a liberdade de refletir sobre qualquer coisa que preocupa", complementa o ator.

Portanto, o seriado de 12 episódios, com lançamentos semanais, é sobre se revoltar contra o sistema e buscar um futuro melhor com o próprio esforço. "Essa é uma história sobre revolução, sobre as pessoas tomando controle, sobre o povo se unindo e lutando por uma causa. Isso sempre vai ser relevante como narrativa", reflete o ator principal que enxerga a série como muito mais do que a história do personagem que interpreta. "No final, é uma série sobre comunidade. Chama-se Andor, mas é sobre como todos aqueles personagens entendem a força de estarem juntos", acrescenta.

No entanto, nenhuma revolução é feita só de gente importante. "Sempre me interessou falar sobre pessoas comuns. A cozinha no fundo do restaurante é sempre mais interessante que o salão principal. Os bastidores sempre me interessaram mais", diz Tony Gilroy, criador da história. "Já estão falando de jedis e da força desde 1977. Se é preciso contar uma nova história, a ideia é fugir disso. A galáxia é gigante e a maioria das criaturas que a habitam, possivelmente, nunca ouviu falar de jedis, siths ou da família Skywalker", analisa.

 Tony Gilroy e Genevieve O’Reilly no set da segunda temporada de Andor
Tony Gilroy e Genevieve O’Reilly no set da segunda temporada de Andor (foto: Des Willie /Lucasfilm Ltd.)

Dessa forma, cada figura que está na tela tem a história aprofundada, detalhada, com nuances e emoções. O elenco acredita que isso é graças ao trabalho de escrita do criador da produção. "Tony não escreve personagem planos, ele escreve pessoas que estão no precipício, figuras que estão a ponto de tomar a decisão que mudará toda a vida delas a partir dali. São pessoas que estão com dificuldades e em conflito", afirma Kyle Soller, responsável por dar vida ao personagem Syril Karn, um dos antagonistas. "Chega a ser difícil trazer o mundo externo com toda complexidade que o universo da série tem. É tudo muito complexo e específico", adiciona Adria Arjona, que interpreta Bix.

O caráter multifacetado dos personagens os traz para perto da realidade. Isso faz com que a máxima retorne. Nas palavras de Luna, "são pessoas normais tendo que sujar as mãos, envolvendo-se para ver um futuro melhor". Enquanto Soler destaca como "pessoas normais em situações extraordinárias, esses são os melhores tipos de história".

No final, a série não deixa de ser sobre o mundo real, em que as pessoas vivem, sem muitos anos e galáxias tão, tão distantes. "Nós estamos falando de Star Wars e tem muita coisa que a saga se inspira de revoluções e rebeliões do passado do mundo. A história parece se repetir, e temos que falar sobre isso", exalta Arjona. "

Quatro anos em quatro filmes

 Adria Arjona como Bix Caleen na segunda temporada de Andor
Adria Arjona como Bix Caleen na segunda temporada de Andor (foto: Lucasfilm Ltd/Divulgação)

Uma das escolhas narrativas mais importantes de Andor desde o princípio é a de separar a série em arcos menores que, juntos, fazem o todo da jornada. Nesta segunda temporada, a ideia era separar os 12 episódios em quatro filmes. Cada grupo de três episódios é situado em um ano e, no fim de cada trio, há um salto temporal. "A ideia surgiu em um jantar com o Diego Luna quando desenhamos a possibilidade em guardanapo", conta Gilroy.

Para o criador, dividir entre anos era preciso para conseguir passar com clareza por todos os assuntos que desembocaram em Rogue one: uma história Star Wars, longa de 2016 que conta a última missão de Cassian Andor. Entretanto, quando viu a forma como desenvolveram esses arcos percebeu que a saída ajudou no caminhar na história e nas escolhas estéticas. "Passou de necessidade, para um conceito legal e chegou a algo que realmente funciona. É muito empolgante fazer uma narrativa com uma nova ferramenta", destaca.

 Kyle Soller como Syril Karn na segunda temporada de Andor
Kyle Soller como Syril Karn na segunda temporada de Andor (foto: Lucas film Ltd/Divulgação)

"São realmente quatro filmes que possibilitam a evolução da história e dos personagem", exalta Genevieve O'Reilly, que volta ao papel de Mon Mothma. "Eu nunca experienciei uma evolução de personagem tão grande, a história pode se expandir muito mais com os saltos temporais. Não consigo achar um paralelo na minha carreira para comparar o tanto que compreendi essa personagem", revela. "Andor dá espaço para que os personagem tenham voz", conclui.

Adria Arjona explica que é muito diferente atuar com saltos curtos de tempo. "Você tem saltos temporais maiores em outras produções. Quando se passam cinco, 10 ou 20 anos, o seu personagem envelhece, dá para cortar o cabelo ou usar algumas outras formas para parecer diferente. Um ano, no entanto, é muito específico", comenta. "Acho que o Tony acertou na transição e evolução desses personagens de forma muito bonita. Foi empolgante ler o roteiro e assustador de atuar", conclui.

 


  • Kyle Soller como Syril Karn na segunda temporada de Andor
    Kyle Soller como Syril Karn na segunda temporada de Andor Foto: Lucas film Ltd/Divulgação
  •  Adria Arjona como Bix Caleen na segunda temporada de Andor
    Adria Arjona como Bix Caleen na segunda temporada de Andor Foto: Lucasfilm Ltd/Divulgação
  • Genevieve O'Reilly como Mon Mothma na segunda temporada de Andor
    Genevieve O'Reilly como Mon Mothma na segunda temporada de Andor Foto: Lucasfilm Ltd/Divulgação
  •  Tony Gilroy e Genevieve O’Reilly no set da segunda temporada de Andor
    Tony Gilroy e Genevieve O’Reilly no set da segunda temporada de Andor Foto: Des Willie /Lucasfilm Ltd.
postado em 27/04/2025 06:00
x