Premiação

Ainda Estou Aqui concorre em três categorias nos Prêmios Platino

Depois do Oscar de Melhor filme estrangeiro, Brasil segue linha de sucesso no exterior e pode ganhar prêmio de melhor filme, atriz e direção

Ainda estou aqui, de Walter Salles -  (crédito: Sony Pictures                                                                                                                                                                                                                                                 )
Ainda estou aqui, de Walter Salles - (crédito: Sony Pictures )

Madri (Espanha) — Depois de dois êxitos supremos: atrair mais de 6 milhões de espectadores para os cinemas e vencer o Oscar de melhor filme estrangeiro, o longa Ainda Estou Aqui entra em outro campo — o de conquistar os prêmios de melhor filme, atriz e direção na 12ª edição dos prêmios Platino, em cerimônia a ser realizada hoje, em Madri (Espanha). Conquistas que podem vir com real pompa e circunstância, uma vez que a cerimônia será realizada dentro do Palácio Municipal Ifema. Na instância de concorrência ibero-americana, filmes e séries faladas em português e espanhol são os idiomas prestigiados. Brasil e Portugal estão alinhados na competição ao lado de 23 países.

Pedro Almodóvar, com o primeiro longa em inglês (O quarto ao lado) traz corrente de disputa pela melhor direção que inclui Walter Salles, Arantxa Echeverría (A infiltrada) e Luis Ortega (El jockey). Em posto de prestígio, o Brasil comparece aos Platino tanto em filmes quanto em categorias de séries. Fernanda Torres, no papel de Eunice Paiva, estará no páreo, ao lado de Úrsula Corberó (de um dos filmes recordistas, The jockey, com nove possibilidades de prêmios) e Carolina Yuste (ganhadora do Goya de atriz, pelo papel da policial que combate o ETA, em A infiltrada).

Esquecido na categoria de documentários (na qual teve vencedores como Democracia em vertigem, em 2020, com vitória de Petra Costa), o Brasil galgou indicação com a animação Arca de Noé (baseada em Vinicius de Moraes), 10 anos depois da vitória de O menino e o mundo (de Alê Abreu). Além disso, Dalia e o livro vermelho, filme produzido por associação entre seis países (em grupo com participação brasileira) também compete, criado sob direção de David Bisbano.

No terreno das séries, Senna e Cidade de Deus: A luta não para estão em alta, entram, competindo com duas das melhores séries latinas: Cem anos de solidão (Laura Mora e Alex Garcia Lopez, candidata a oito categorias) e Como água para chocolate. A última traz competição direta extra com o Brasil: Azul Guaita, uma jovem protagonista, disputa troféu com Andreia Horta (da série derivada de Cidade de Deus, que ainda traz o candidato a melhor ator, Alexandre Rodrigues). Marleyda Soto Rios, que encabeça Cem anos de solidão, como espinha-dorsal da trama, está na disputa.

Tanto em longas como em séries, personagens masculinos se impõem num cenário de conflitos. Os brasileiros Luiz Bolognesi, Vicente Amorim e Fernando Coimbra, junto com Patricia Andrade, ganham relevância no Platino pela criação da série Senna, com a qual Gabriel Leone disputa como melhor ator. Na ala dos longas-metragens, o poliglota argentino Nahuel Pérez Biscayart disputa como melhor ator pelo papel em El Jockey, no qual, a dado momento, emprega persona trans.

Símbolo da luta contra o preconceito a imigrantes, El 47 está entre os longas que disputam o posto de melhor com Ainda Estou Aqui, numa lista que inclui Grand tour, que examina um drama de casamento em Mianmar (recentemente devastado por terremoto). Com seis indicações ao Platino, a adaptação de texto do mexicano Juan Rulfo, Pedro Páramo, evidencia a competência do diretor Rodrigo Prieto, diretor defotografia de filmes como Barbie e O irlandês.

Com transmissão pelo Canal Brasil (na grade, com flashes, a partir das 15h45), a premiação tem por patrocinadores a Egeda (Entidade Gestora de Direitos dos Produtores Audiovisuais) e o Fipca (Federação Ibero-Americana de Produtores de Cinema e Audiovisual). Pela sexta vez, a cerimônia será sediada na Espanha, com histórico de alternância entre Panamá, Uruguai e México. À frente da apresentação, Aislinn Derbez e Asier Etxeandía estenderão honrarias especiais, como a reservada à atriz Eva Longoria (com tributo especial). Nomes da indústria de cinema como Juan Antonio Bayona (A sociedade da neve), Adriana Barraza, Candela Peña (em destaque pela série O caso Asunta), Karla Sofía Gascón, Carmen Maura, Natalia Oreiro e Paz Vega, além dos atores indicados Manuel Garcia-Rulfo, Claudio Cataño e Luis Tosar, comparecerão. Compositores como Alberto Iglesias e Gustavo Santolalla também são esperados.

*O repórter viajou a convite da organização do evento

postado em 27/04/2025 06:00 / atualizado em 27/04/2025 09:26
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