
Após a operação da 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho 2) que prendeu três responsáveis pela clínica terapêutica Liberte-se, no Lago Oeste, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) foi acionada para prestar atendimento aos 27 internos conduzidos à delegacia na última terça-feira (16/9).
Segundo a pasta, equipes dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) realizaram um mutirão para avaliar as condições físicas e mentais dos pacientes. Eles estão sendo encaminhados para serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), a fim de iniciar tratamento voltado à dependência química.
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A secretaria destacou que a Rede de Atenção Psicossocial organiza o cuidado em diferentes níveis do Sistema Único de Saúde (SUS), desde a Atenção Primária até a hospitalar, garantindo acompanhamento contínuo e articulado às necessidades de cada usuário. O DF tem 18 CAPS em funcionamento, sendo sete especializados no atendimento a pessoas com transtornos relacionados ao uso de álcool e outras drogas.
Ainda conforme a SES-DF, a Vigilância Sanitária não foi acionada na operação, uma vez que denúncias de cárcere privado, maus-tratos e exercício ilegal de atividade são apuradas por outros órgãos competentes.
Tragédia
A operação desencadeada pela 35ª DP foi em uma franquia ligada à mesma clínica que, em agosto, pegou fogo e matou cinco pessoas no Paranoá.
A operação foi realizada após os investigadores serem acionados pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa (CLDF) e pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Ambas receberam relatos de internos sobre graves irregularidades no local: cárcere privado, agressões físicas, restrição de contato com familiares e administração irregular de medicamentos por dirigentes e coordenadores da instituição.