Saúde

Parkinson: associação promove caminhada para conscientizar população

Evento reuniu mais de 100 pessoas no Parque da Cidade para celebrar os 20 anos da Associação Parkinson Brasília (APB)

Caminhada para comemorar os 20 anos da Associação Parkinson Brasília (APB) e conscientizar a sociedade sobre a doença neurodegenerativa -  (crédito:  Luiz Nova/Especial para o CB)
Caminhada para comemorar os 20 anos da Associação Parkinson Brasília (APB) e conscientizar a sociedade sobre a doença neurodegenerativa - (crédito: Luiz Nova/Especial para o CB)

*Por Nathália Queiroz

Mais de 100 pessoas se reuniram na tarde deste sábado (26/4), no estacionamento 11 do Parque da Cidade, para participar da caminhada que marca os 20 anos da Associação Parkinson Brasília (APB). O evento visou reforçar a importância da conscientização sobre a doença, que afeta cerca de 200 mil brasileiros, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O evento contou com tendas de oficinas integrativas de psicologia, fisioterapia e artes. Os profissionais presentes animaram o evento com o incentivo para a caminhada, atividades integrativas e, ao final, tiveram um lanche coletivo.

“Estamos aqui como se estivéssemos em casa. Hoje é um dia de passeio no parque”, afirmou José Carlos Delphino, 67 anos, presidente da APB. Ele lembra que a associação foi fundada por Carlos Aníbal Pyles Patto, um coronel aviador, diagnosticado com Parkinson aos 43 anos, que decidiu transformar a própria casa em espaço de acolhimento antes de oficializar a entidade. 

“No começo, ele levava as pessoas para a casa dele, mas o espaço ficou pequeno pra tanta gente”, relembra Delphino. 

Desafio diário

Entre os participantes da caminhada estava Luiz Cláudio Topan, 60 anos, que recebeu o diagnóstico de Parkinson em 2017. Oficial da ativa da Força Aérea Brasileira (FAB) à época, Topan relata que inicialmente se recusou a aceitar a doença. "Foram dois anos de negação", relata ele.

No entanto, em determinado momento, a aceitação veio, e com ela, uma rotina ativa nasceu. "De manhã cedo, levantava e ia me exercitar". Aos 60 anos, ele comemorou o aniversário fazendo uma trilha na Chapada Imperial. “O Parkinson te exige essa postura de se manter ativo. Eu fazia dois dias de natação, dois dias de corrida e também pilates”, conta Topan.

Recentemente, ele passou por uma cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) e relata se sentir recuperado.

 

  • Luiz Cláudio Topan, 60 anos, recebeu o diagnóstico de Parkinson em 2017 e possui uma rotina ativa de exercícios físicos
    Luiz Cláudio Topan, 60 anos, recebeu o diagnóstico de Parkinson em 2017 e possui uma rotina ativa de exercícios físicos Luiz Nova/Especial para o CB
  • "A associação ministra palestras com profissionais multidisciplinares para melhor direcionar os membros". José Carlos Delphino, presidente da associação há nove anos, Luiz Nova/Especial para o CB
  • O musicoterapeuta, Givas Demore, trouxe alegria para a tarde nublada
    O musicoterapeuta, Givas Demore, trouxe alegria para a tarde nublada Luiz Nova/Especial para o CB
  • Doença afeta 200 mil brasileiros, de acordo com a Organização Mundial da Saúde
    Doença afeta 200 mil brasileiros, de acordo com a Organização Mundial da Saúde Luiz Nova/Especial para o CB
  • Caminhada para comemorar os 20 anos da Associação Parkinson Brasília (APB) e conscientizar a sociedade sobre a doença neurodegenerativa
    Caminhada para comemorar os 20 anos da Associação Parkinson Brasília (APB) e conscientizar a sociedade sobre a doença neurodegenerativa Luiz Nova/Especial para o CB

Atividades da associação

Os encontros ocorrem todos os sábados, a partir das 14h, na Escola Parque da EQS 210/211 Sul. Com uma rotina ativa para os pacientes, a associação proporciona atividades como musicoterapia, fonoaudiologia e atividades físicas, e contam com a parceria da Universidade de Brasília (UnB) e outros colaboradores para a realização.

Mas o cuidado da APB vai além de pensar somente nos pacientes. A cada quinze dias, a associação também promove sessões de psicoterapia voltadas para familiares e cuidadores. Cláudia Topan, esposa de um dos pacientes, realiza as sessões de psicoterapia quinzenais e conta se beneficiar

 difícil se adaptar a uma pessoa que está constantemente mudando. A gente tem que estar disponível para abraçar a causa", conta Cláudia.

Durante essas reuniões, são promovidas também palestras com neurologistas, terapeutas, nutricionistas e especialistas em medicina alternativa, que complementam a programação organizada pela associação.

postado em 26/04/2025 21:51 / atualizado em 27/04/2025 14:04
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