
A Associação das Indústrias Farmacêuticas de Pesquisa (Interfarma), celebrou seus 35 anos nesta terça-feira (16/9) no Plenário da Câmara dos Deputados, em um evento que destacou o papel da indústria farmacêutica de pesquisa na transformação da saúde no Brasil.
A solenidade reuniu parlamentares, representantes do governo e lideranças do setor, que enfatizaram a importância da associação para o avanço científico e tecnológico do país. O presidente-executivo da Interfarma, Renato Porto, afirmou que a história da associação se confunde com os avanços no acesso à saúde e na consolidação de políticas públicas.
“Comemorar os 35 anos da Interfarma é demonstrar que medicamento tem que estar com as pessoas. Não há medicamento em prateleira, não há medicamento em laboratório. A transformação das doenças é feita por meio da inovação e das tecnologias. E isso só é possível com a integração entre serviços de saúde, indústria, Ministério da Saúde e Congresso”, afirmou.
A propriedade intelectual no Brasil foi tema da fala de Jorge Raimundo, ex-presidente do Conselho Diretor e um dos fundadores da Interfarma, que destacou a importância histórica da associação para o reconhecimento e valorização desse direito.
“Há 35 anos, não se falava em propriedade intelectual para medicamentos. Essa comemoração é um marco, porque mostra que o Brasil reconhece o esforço dos pesquisadores em trazer novos tratamentos, colocá-los à disposição da população e salvar vidas”, declarou.
CPF no SUS
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou do evento e relacionou a trajetória da Interfarma aos 35 anos do SUS, ambos criados na mesma época. Durante a cerimônia, anunciou ainda uma medida considerada histórica: o CPF será o número oficial do Cartão Nacional de Saúde.
“Esse é um passo fundamental de uma revolução tecnológica no SUS. A integração dos dados vai trazer mais eficiência na gestão, maior efetividade nas políticas públicas e equidade no atendimento. E tudo isso sem deixar ninguém para trás, garantindo que estrangeiros, imigrantes e pessoas em situação de vulnerabilidade continuem a ter acesso ao sistema”, explicou.
Padilha defendeu a construção de um “novo SUS pós-pandemia”, estruturado em quatro pilares: integrar a saúde à agenda de desenvolvimento do país; redesenhar as instituições para enfrentar novos desafios; promover uma revolução tecnológica com apoio da indústria e da pesquisa clínica; e combater o negacionismo. “Não tenho dúvida de que a Interfarma terá papel decisivo nesse processo”, reforçou.
Inovações
Para o diretor-presidente da Anvisa, Leandro Pinheiro Safatle, a indústria farmacêutica é fundamental para manter o Brasil entre os principais destinos de inovações em saúde entre os países emergentes.
“A indústria farmacêutica é altamente intensiva em inovação. O Brasil talvez seja hoje o país emergente que mais recebe essas inovações, fundamentais para abastecer tanto o setor privado quanto o SUS. Esses 35 anos da Interfarma simbolizam uma trajetória de avanços e de parcerias essenciais para ampliar o acesso à saúde”, afirmou.
A solenidade foi conduzida pelo deputado Pedro Westphalen (PP-RS) e contou também com a presença de Pedro Henrique Giocondo Guerra, chefe de gabinete da vice-Presidência da República. Antes da sessão, houve uma recepção no Salão Nobre, onde foi inaugurada a exposição “35 anos juntos pela saúde de todos”, que destaca os principais legados da associação, como a aprovação da lei de patentes e o fortalecimento das políticas de acesso a medicamentos inovadores.
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