SUS

Governo lança novo Cartão do SUS com CPF como identificador único

Mudança promete tornar o SUS mais eficiente, seguro e integrado; 111 milhões de cadastros serão atualizados até 2026, mas pacientes sem CPF continuarão a ser atendidos normalmente

Novo Cartão SUS -  (crédito: YouTube / Ministério da Saúde)
Novo Cartão SUS - (crédito: YouTube / Ministério da Saúde)

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, anunciaram nesta terça-feira (16/9) a criação de um novo Cartão Nacional de Saúde (CNS), que substituirá o número do pelo nome e CPF do usuário.

A previsão é de que 111 milhões de cadastros sejam inativados até abril de 2026. Desde julho, 54 milhões de registros sem CPF já foram suspensos. No entanto, pacientes que não apresentarem CPF continuarão a ser atendidos normalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

O Ministério da Saúde iniciou o processo de limpeza do CADSUS, base de cadastro do SUS, em julho deste ano, para tornar a unificação possível. Desde então os registros passaram de 340 milhões para 286,8 milhões cadastros ativos. Desse total, 246 milhões já estão vinculados ao CPF e 40,8 milhões permanecem sem CPF, em fase de análise para inativação. Esse processo também alcança cadastros inconsistentes ou duplicados.

A mudança, segundo Padilha, garante mais eficiência e segurança, combate desperdícios, integra dados e melhora o planejamento das políticas públicas de saúde, além de fortalecer a produção de conhecimento e pesquisa ao possibilitar o cruzamento com outros bancos de dados governamentais. 

“Estamos dando um passo decisivo rumo a uma revolução tecnológica no SUS, ao adotar o CPF como identificador único dos cidadãos. Essa é uma mudança estrutural, que prepara o presente e o futuro do SUS, fazendo do nosso sistema uma referência ainda maior para o mundo”, afirmou o ministro da Saúde.

A pasta da saúde estima que 11 milhões de registros serão inativados por mês, totalizando cerca de 111 milhões de cadastros inativos até abril de 2026. A meta é que, ao final da ação, a base do CADSUS seja equivalente ao total de CPFs ativos na Receita Federal: 228,9 milhões.

O presidente da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo e deputado, Júlio Lopes (PP-RJ), autor do projeto de lei N 13.444 de 2017,  projeto original da unificação da identificação nacional, disse ao Correio que o principal objetivo é reduzir a quantidade de documentos que o cidadão precisa para tratar de sua cidadania e interagir com o estado e a sociedade para ter apenas um documento: o CPF. 

“No momento em que você passa a ter um só documento, obviamente a vida fica muito mais simples, a administração do Estado fica muito mais racional, efetiva, desburocratizada, rápida e eficiente, isso é uma conquista civilizatória. A gente vai poder, pela primeira vez, monitorar efetivamente a saúde do Brasil.”, diz Lopes.

O presidente ressaltou que com a adesão desse projeto, toda a sociedade brasileira vai se beneficiar disso, tanto para o operador de saúde quanto para o usuário. Dando poder de controle e avaliação aos pacientes diante seus procedimentos médicos, quanto para o funcionário da saúde vai ter uma vida funcional mais organizada, com menos burocracia, com menos confusão, com menos desperdício. 

Além disso, segundo o deputado, a parte que essa nova medida mais vai auxiliar é no combate e fiscalização contra golpes. “ Hoje, como você tem quatro números de SUS para cada brasileiro. Você não tem como saber se aquela prótese, se aquela órtese, se aquela operação, se aquela intervenção foi feita naquele cidadão, porque você não chega no cidadão, você chega a um número que não necessariamente representa um atendimento, que não necessariamente representa um cidadão.”, frisa. 

*Estagiário sob supervisão de Rafaela Gonçalves 

 

CY
postado em 16/09/2025 16:07 / atualizado em 17/09/2025 15:51
x