MATA ATLÂNTICA

Onça-pintada é registrada pela primeira vez em quase 50 anos no Rio

Instituições investigavam a presença do animal para confirmar a presença; profissionais devem capturar o felino provisoriamente para exames

Onça-pintada no Parque Estadual da Serra da Concórdia, no sul do Rio. 
 -  (crédito: Reprodução/Inea)
Onça-pintada no Parque Estadual da Serra da Concórdia, no sul do Rio. - (crédito: Reprodução/Inea)

Iniciativa do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio de Janeiro registrou, pela primeira vez em quase 50 anos, a presença de uma onça-pintada no estado. A espécie, que não tinha registros desde 1977, foi filmada no Parque Estadual da Serra da Concórdia, no sul do Rio. 

Embora seja uma das espécies encontradas na Mata Atlântica, a presença humana foi responsável por reduzir drasticamente a presença do predador no bioma. Segundo o Inea, há menos de 300 onças-pintadas em todo o território. 

O registro é fruto de uma parceria com o projeto Aventura Animal. Os primeiros relatos da presença do animal, um macho adulto, aconteceram em 2021, mas o monitoramento passou a ser feito em dezembro de 2024. Durante esse período, os especialistas passaram a registrar pegadas, coletaram fezes do animal e instalaram armadilhas fotográficas em locais estratégicos para confirmar a presença. 

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

O Parque Estadual da Serra da Concórdia, morada da onça, informou que investigava a presença e que atuou em “trabalhos de conscientização e educação ambiental fomentaram para que nenhuma dessas informações fosses vazadas e causasse um empecilho para que este marco histórico fosse com grande sucesso”.

Os especialistas planejam capturar o espécime provisoriamente para fazer exames e colocar um colar de monitoramento. O procedimento deve acontecer com apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Teste com as fezes do animal conseguiram identificar informações sobre a dieta dele, baseada em animais como capivaras, catetos e tapitis.

Uma das explicações para a aparição é o aumento da cobertura florestal do estado de 30% para 32% entre 1985 e 2024. Segundo o Inea, a presença do animal é um “sinal de equilíbrio ecológico e recuperação da Mata Atlântica”.

O secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi afirma que o registro é “grande felicidade para todos nós, mas traz com ela também uma grande responsabilidade”. Segundo ele, uma das prioridades é garantir que a população esteja segura com a presença do felino. Não foram registrados ataques com o animal.

postado em 01/08/2025 16:24
x