
Morando há três anos em Roma, o brasileiro Roger Ferrari, 31 anos, guarda na memória momentos marcantes ao lado do papa Francisco. Ao Correio, o missionário da comunidade católica Canção Nova, Ferrari falou sobre a experiência de viver na capital italiana e de ter tido contato direto com o líder da igreja Católica em algumas ocasiões.
"Nunca imaginei um dia morar e nem mesmo trabalhar com mídia católica aqui em Roma. Então, as oportunidades que estive com o papa Francisco foram experiências muitos fortes", relata o missionário ao Correio.
Entre os encontros que viveu com o pontífice, Roger recorda com carinho o dia em que ganhou de presente de aniversário um rosário após uma audiência geral. Recém-chegado, ele segurava um cartaz informando que era seu aniversário quando foi surpreendido por um gesto do papa. "Ele saudava as pessoas no final da audiência quando me viu segurando uma placa que dizia que era o meu aniversário e cutucou o segurança e voltou. Ele me perguntou quantos anos eu estava fazendo, na ocasião eu fazia 28 anos, e me entregou um rosário", contou o brasileiro.
Outro momento especial ocorreu quando Roger e sua esposa foram abençoados pelo papa. "Tínhamos descoberto que a minha esposa estava grávida e pedimos para que ele abençoe também o nosso filho. À época ele perguntou qual seria o nome da criança, no entanto, não sabíamos ainda o sexo do bebê". Ferrari compartilhou o momento nas redes, no vídeo é possível ver o papa sorridente e já na cadeira de rodas.
Ferrari também esteve presente na última aparição pública de Francisco, durante a celebração do domingo de Páscoa, em 20 de abril. Na ocasião, o papa concedeu a bênção apostólica e saudou os fiéis a bordo do papamóvel. “No dia seguinte, quando recebi a notícia da morte dele, foi um choque enorme. O clima em Roma mudou completamente”, disse.
Para o missionário, a marca do pontificado de Francisco foi a proximidade com o povo. “Mesmo sem saber quem eu era, nas vezes em que o cumprimentei, me senti acolhido. Ele tinha uma humanidade que aproximava a todos, independentemente da fé, cor, religião ou escolhas. Não era por querer ser popular, era apenas ele sendo ele mesmo — e isso tocava profundamente as pessoas”, descreveu.
Sobre o futuro da igreja, o brasileiro espera que o próximo papa possa dar continuidade ao papado de Francisco e atender as necessidades da atualidade, a fim de que "igreja continue conversando e alcançando os corações, principalmente, das gerações que virão", almeja Ferrari.